Toda cicatriz conta uma história de superação.
Ela tá ali pra te lembrar que em algum momento algo doeu, te atravessou, te fez perceber o quanto o corpo é frágil e a vida é imprecisa.
Cicatrizes são como tatuagens da tua resiliência. Uma espécie de caligrafia desenhada na alma, dos cumes que você subiu e das batalhas que enfrentou.
Se ela está ali a dor já passou, mas se você visitar o que a provocou, vai arder novamente. É o tal ressentimento, sentir novamente.
Dizem os budistas, que dor é inevitável mas sofrimento é opcional.
Lembrar do que doeu é manter o passado vivo e isso dá tristeza.
Antever a reincidência da dor é viver no futuro e isso traz ansiedade.
Elas nem sempre estão à flor da pele. Amores perdidos, lutos, lutas, injustiças, abandono e rejeição são os que fazem maiores estragos e causam feridas profundas. Se você escolhe não fazer contato com isso e olha pra tuas feridas com desprezo, tentando mante-las dentro do armário, elas criam raízes e voltam pra te assombrar. Ao invés de formarem casquinha, inflamam, criam pus, viram sintoma.
Essas são as dores mais difíceis de lidar. Porque pra cicatrizar, tem que limpar a ferida e isso é punk no quesito dor. Porque limpeza as vezes é deixar ir, se reinventar, experimentar o desconforto, sair da tal zona de segurança. Mas, crescer é abrir espaço, (desde a barriga da mãe), é impreciso e é urgente. Quando a gente enfrenta o medo de lidar com a dor, descobrimos o quanto somos fortes, por que onde mora a dor mora a potência. A coragem é a chave pra lidar com as duas, é quando a gente descobre que enfrentar o medo, nos torna gigante!