terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal



O Natal é uma data difícil pra quem já perdeu alguém que ama.
Parece que o vazio aumenta.
No meu caso, perdi aquele que ilustrava o natal.
Perdi Papai Noel!
Acreditei no Bom Velhinho até minha avó me beliscar e me dizer que atrás daquela roupa estava meu bom e querido avô.
Todo ano ele saía de casa cedo com alguma desculpa. E sempre na sua ausência, Papai Noel aparecia pra felicidade geral das crianças.
Como eu poderia não acreditar? O cara vinha da rua com aquele saco enorme. Ele recebia nossas cartinhas e sabia o que cada um havia pedido. Era realmente mágico!
O Natal era meu avô. E ele já se foi.
Fico mexida nessa época. Com a lágrima pertinho do olho, pedindo motivo pra escapar. Choro até vendo comédia infantil.
Saudade. Muita saudade.
Saudade de ser criança. De ter a família reunida. Sentir aquela energia de amor circulando entre todos. Saudades de acordar no dia seguinte e correr pra ver se Papai Noel tinha deixado balinha dentro da minha meia.
Hoje minha meia continua na lareira, e meu Papai Noel é minha porção mais generosa. Minha compaixão e minha vontade de ver quem eu amo feliz.
Aprendi com meu avô.
Feliz Natal pra todos!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sogras

Assunto espinhoso esse né?
É hours-concours detestar a sogra?
Toda sogra é uma mala?
Não acredito. Eu já tive uma sogra que era uma mãe. Maravilhosa. Tínhamos uma puta empatia. Acho que eu era a filha que ela queria ter tido.
Dizem os terapeutas de família que quando viramos meio filha da sogra, nos transformamos na irmã do marido. Faz sentido. E daí nasce uma louca ironia: será que é melhor que a sogra seja uma rival, assim continuamos no lugar da mulher?
Bom, não sei vocês, mas, prefiro ser mulher do meu marido e ter uma sogra sem noção, do que virar irmã do cara e perder totalmente o tesão.
Como psicóloga fica difícil não traçar paralelos edípicos e investigar minhas projeções. Se o cara tem uma mãe peruaça o que ele viu numa riponga como eu? Caramba! Será que existe vestígios de uma “barbie louca” em mim que até eu desconheço? Céus!!! Sai já desse corpo que não te pertence!!!!
Não sou psicanalista, mas, devo dizer que Freud acertou a mão quando criou essa teoria. É só olhar de perto nossas escolhas afetivas que estará lá: Pai, mãe, ou quem cumpriu esse papel. E se serve pra mim, serve pro parceiro.
O complexo de Édipo é elaborado através da identificação. Vou explicar, mesmo que seja reducionista: Amo meu pai. Meu pai é o namorado da mamãe. Se eu não posso ter papai, serei uma mulher como mamãe, pra ter um namorado como papai.
Cara, tô ouvindo o Freud se revirar no caixão com essa explicação. Fiz uma sinopse tão curta de uma teoria fantástica que ele ilustrou com uma tragédia grega!
O que uma filosofia barata sobre sogras não faz com uma psicóloga!rsrs
Vou abrir pra plenário. Vamos lá. Alguém tem uma teoria melhor sobre sogritas, ou a origem das nossas escolhas afetivas?





sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Me diga o que é melhor? Navegar ou ficar a ver estrelas?

Bárbara é minha ilustre convidada para falar sobre... Ira? Ou, quem passa a vida á ver navios...

Por Bárbara Tamburini

Primeiro, gostaria de dizer à vocês que eu “mudei totalmente o rumo da minha prosa”. Este era para ser um texto sobre ira, raiva, tudo o que implode a gente. Mas é que hoje eu me dei conta de uma coisa muito doida que teima em acontecer comigo.
Eu estava conversando com um cara que eu admiro muito pela sua generosidade, mas apesar de toda essa admiração, eu sempre senti que esse cara tinha uma trava. Sei lá, é como se apesar de ser muito generoso, ao mesmo tempo fosse muito mesquinho consigo mesmo. É paradoxo, mas surge em mim toda vez que a gente fala sobre a vida. Como se fosse uma inflexibilidade consigo; a palavra é travado mesmo, não tem outra melhor. Quando olho para ele me vem sempre a mesma metáfora: deu a largada e o homem não foi... Travou. Não sei se vocês conhecem alguém assim, mas comigo não sei se é Karma, ou o que, mas essas pessoas vivem aparecendo no meu caminho. Em todas as esferas: clientes, parentes, amigos, homens etc... Confesso que isso me enche de raiva. Fico furiosa, irada! Como assim? O cara consegue a polly posicion e desiste de largar,...( três pontos em homenagem ao palavrão que eu gostaria muito de registrar aqui, mas por razões óbvias acho melhor não dizer...). Nunca consegui entender.
Apesar de tudo isso me fazer pirar, eu não sou de desistir. Acho que quanto mais a gente varre para baixo do tapete, mas o lixo espalha. Então, eu decidi fazer duas coisas: a primeira é escrever, pensar sobre o assunto. A segunda, é compartilhar com vocês esse pensamento.
Lendo um texto de Freud, que se chama “Arruinados pelo sentimento de êxito”, me dei conta da seguinte frase: “(...) a auto-sabotagem é inerente. É como uma marca, existente no organismo humano. Mas, como nós médicos bem sabemos, nem toda genética se manifesta. Para mim, desculpem-me a audácia, o que traz à luz essa marca é o ressentimento.” Bingo, bingo, bingo!!!! Alguma coisa se iluminou para mim neste momento. Um oásis em meio ao deserto. Pensei: então, o sujeito toma uma porrada da vida, uma dessas bem doídas (cada um pode imaginar o que quiser). Dói pra burro. O sujeito não consegue lidar com o sofrimento, a mágoa se torna muiito profunda. Aí, vira ressentimento. Até aí tudo bem. O problema é o seguinte: esse mesmo sujeito vive uma coisa que se chama vida, que é incontrolável, imprevisível(desculpem-me os controladores, mas é!!). Provavelmente, ele vai Ter que passar por outra situação que envolva risco, conflito, confusão.... aí, o sujeito vai e trava o canal. Engarrafa o cosmo, com medo de doer, medo de sofrer. “Ai, eu não sou capaz”, “vou sofrer”, “deixa pra lá”. Eis a auto-sabotagem. Para mim, isso é desistir de viver. Desistir de tentar, desistir de se arriscar. Agora me digam pra quê? De que adianta a gente tá aqui se não for pra se envolver com a vida, com os outros, com o mundo? Assistir essas pessoas medrosas me coloca em contato com a minha ira mais profunda. Principalmente, quando esse “engarrafamento” me atinge. Porque aqui nesse mundo tudo tem um efeito dominó. O que um faz resvala no outro e assim vai. E o pior é que pode atingir o outro em proporções até maiores do que vai atingir quem começou com a brincadeira.
É, acabei falando sobre a minha ira, mas, o que eu queria dizer é que, gente, a vida é curta, não atravanquem o caminho, pelo menos não o dos outros. Se não for pra andar, saiam da pista. Subam uma montanha e virem uma árvore. Não ficariam no caminho e ainda ajudariam a purificar o ar.
Do que adianta ficar a ver estrelas com os pés plantados no chão. Não sei vocês, mas eu prefiro navegar....
bjs a todos..


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Conto de fadas sec 21



Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: 'Nem fo..den..do!'.

(Luís Fernando Veríssimo) >

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Mentira







Quando a mentira pode ter um bom uso?
Sou fã de House, que passa toda quinta no Universal chanel às 11 da noite. O médico mais charmoso da tv acredita piamente que todos nós mentimos. Eu também. Não acredito em quem diz que não mente. Mentimos no mínimo, pra nós mesmos.
No episódio da quinta passada House descobre que um de seus médicos está sendo traído pela esposa e é aí que um bom debate sobre mentira se instaura. O médico em questão havia renunciado sua carreira como cirurgião plástico para que sua traição não fosse descoberta pela esposa. Agora era a traição dela que estava em questão e ele hesitou em saber a verdade.
A questão é: quando saber a verdade causa dor ela serve pra quem?
Se for pra aliviar a culpa de quem pisou na bola, é um ato de egoísmo e não de bom caratismo, concordam?
Eu não sei vocês, mas no meu caso, se alguém me engana e se arrepende, prefiro ser poupada. Conheço minha pouca tolerância para franqueza alheia e prefiro não saber. Não é uma intolerância intelectual, pois se fosse assim, conseguiria entender e elaborar qualquer tipo de traição. Não acredito racionalmente em exclusividades, acho até que nós seres humanos seríamos mais felizes dividindo, repartindo o amor, não fosse o sentimento irracional de posse. Minha intolerância é emocional. Simples assim: Se fizer, faz direito, pois se souber, você morre pra mim! “Mulheres a beira de um ataque de nervos”, perde!
Um bom mentiroso tem que ter boa memória, caso contrário ele mesmo se desmascara. E isso é trágico! Mentir dá trabalho e gera culpa, a menos que você seja um mega cara de pau, tipo Pinóquio. Mas até ele tinha aquele Grilinho Falante, pra lhe dar uma situada quando passava do ponto.




sábado, 29 de novembro de 2008

A União faz a força.

Esse video é um exemplo bem bacana de que solidariedade transpõe qualquer obstáculo. Vale a pena.

Bom fin de semana.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Matrioscas


Estou com uma imagem na cabeça que não vai embora. Acabei de usá-la com uma paciente e quero dividir aqui com vocês.
A imagem é uma Matriosca. Pra quem não conhece, são aquelas bonecas russas que abrigam várias outras em seu interior. Convivi com essas bonecas desde pequena, e pra mim sempre foram extremamente fascinantes. Adoro o encaixe perfeito dos desenhos e o barulhinho da madeira roçando enquanto elas se abrem..
Hoje buscava no meu imaginário algo que pudesse expressar uma imagem de riqueza inexplorada, o quanto de recursos essa pessoa tinha e não estava usando. Sabia que se ela investigasse internamente encontraria tudo que precisava para quebrar antigos padrões que a estavam deixando infeliz.
Eis que surgem as matrioscas. Perfeito! Somos todos matrioscas, penso eu.
Temos uma carcaça maior, a grande matriosca, que funciona pra nos apresentar ao mundo e abrigamos em seu interior uma infinidade de recursos que as vezes estão escondidos até de nós mesmos.
Matrioscas ilustram as camadas da nossa personalidade. Para ter acesso a personalidade seguinte, preciso ter coragem de me abrir para novas possibilidades. Para acessar os recursos internos preciso ousar, quebrar velhos padrões de comportamento. Assim emergirá uma nova matriosca. O melhor é que esta abrigará ainda em seu interior outros recursos a serem explorados.
Trouxe agora de viagem um imã de geladeira que são Matrioscas Frida Khalo. Minha fantasia é que essa mulher precisou usar muitos de seus recursos internos para superar as porradas que a vida lhe deu. Não tenho dúvida, olhando seu quadros, que ela foi abrindo camada a camada, matriosca a matriosca, numa grande explosão de recursos, o que lhe possibilitou criar quadros tão ricos e coloridos. Sou fã da pintora e das Matrioscas, encontrar essa fusão foi sensacional.





terça-feira, 25 de novembro de 2008

Olhar Estrangeiro

Como é bom viajar!
Exercitar o olhar estrangeiro me fez refletir sobre a minha vida, minha cidade, meu país.
Estar num país tão próximo com uma cultura tão parecida me possibilitou olhar para nossa realidade de forma diferente.
Buenos Aires está a 3 horas de avião daqui. É um país vizinho, dá uma sensação de visitar um primo de segundo grau.
Como nós, passaram por ditaduras, fizeram abertura política e prezam a família mais que tudo. Isso para citar as semelhanças.
Os portenhos não consideram Buenos Aires segura, mas pra uma carioca como eu, o clima era de segurança total. Andei a pé pela cidade inteira, peguei metrô, trem e me senti completamente à vontade. Peguei um trem na estação do Retiro, onde atrás tem uma favela, e o clima era super ameno. Longe de ser aquele climão pesado que temos por aqui.
A estação era linda apesar de mal conservada. Gente de tudo que é tipo, cor, cheiro circulava por ali. Gente fazendo cinema independente, crianças correndo, gente com pressa e muitas famílas juntas, o que me surpreendeu. Aliás, como vi homens sozinhos andando com seus filhos, empurrando carrinho, ou sentados num café enquanto seu bebe dormia no carrinho a seu lado.
Viajo pra conhecer lugares e principalmente pra beber um pouco do modo de vida alheio. Sem dúvida, o que mais me intriga são as pessoas. Respirar o outro, perceber sua forma de andar, de beijar, de se arrumar e o que mais me enriquece.
Acho que essa viagem ainda renderá algumas considerações.... por hoje é só pessoal.
Senti saudades de estar por aqui.
Beijos e boa semana

domingo, 16 de novembro de 2008

O Valor do Eu Te Amo



Por Bruna Bueno


Incrível como o amor que sentimos não acaba com o tempo. Ele se transforma; possui uma capacidade de adaptação invejável.
Sem medo de parecer piegas, acho que. o amor nos une nesta e/ou em outras vidas.
Esse amor que carrego dentro de mim não pode se esvaziar quando eu não estiver mais aqui; acredito que ele me acompanhará de alguma forma.
Existe algo mais bonito do que. o amor de mãe ? Incondicional. E o amor entre irmãos ? Cúmplices . Entre amigos ? Leve e descontraído pela liberdade de escolha. O amor entre amantes ? Bem, este parece ter suas “regras” próprias mas também é belíssimo....
Nesta semana senti necessidade de partilhar como a vida me mostrou o valor do Eu te amo.
Em novembro de 2005, Tive uma briga “ séria” com meu irmão por causa de uma vaga de garagem. Os dois queriam a melhor vaga. Morávamos no mesmo prédio. Vizinhos de porta.
Ficamos sem nos falar por mais ou menos uma semana.
Numa quinta à noite, por coincidência (ou não), nos encontramos no mesmo barzinho tomando chop. Cada um com seu grupo de amigos. Com o coração amolecido por uns 3 ou 4 choppinhos deixei meu orgulho leonino de lado e fui falar com ele. Fiz declarações de amor, abracei, beijei, disse que. ele era lindo! Como bom escorpião ele riu, sem jeito, tímido, meio com vergonha daquela irmã maluca se declarando na frente dos amigos dele e me disse – Bruna, chega de tomar chopp. Você já tá melosa, vai tomar uma coca e daqui a pouco vamos pra casa. Juntamos os amigos, conversamos, rimos mais um pouco, e depois fomos caminhando juntos para casa.
No final de semana não nos encontramos; ele foi para Búzios.
No domingo à tarde recebo um telefonema.
Meu irmão sofreu um acidente na estrada e faleceu. Assim – pura realidade – a vida nua e crua; aliás muito cruel naquele momento.
Achamos que nunca acontecerá conosco. E apesar de sermos avisados pelos mais experientes, continuamos a viver nossas vidas focados em nossos objetivos. Sobra pouco tempo para o amor.
Hoje, 3 anos após o acidente, continuo sentindo esse mesmo amor dentro de mim. E acredito que ele nos mantém “conectados”.
E o mais importante : faço questão de declarar meu amor aos que me cercam.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Amores Beges


Por: Macho de Respeito

Relacionamento bege é ok. Muitas vezes é necessário em nossas vidas. Digo isso por experiência própria, já aconteceu algumas vezes. Você se dá bem com a pessoa, gostam de muitas coisas em comum, ou pelo menos, dizem que gostam para agradar ao outro. Vão ao cineminha, dificilmente discutem e até a trepada é legal. Trepada não, em relacionamento bege no máximo se transa.
O bege é uma cor legalzinha, meio curinga, Você usa, combina aqui, ali, mas ninguém pensa nele quando quer se destacar numa festa, ficar exuberante. Na verdade, temos que admitir que o bege é na verdade uma cor meio insossa. Você usa e tal, mas dificilmente compraria uma peça exclusiva bege. E não troca por mera conveniência.
Ao mesmo tempo que relacionamentos beges trazem serenidade, paz e segurança, também nos fazem refletir: “é isso mesmo? Você sente falta de algo mais. Falo daquela faísca que dá um pequeno choque em nossos corpos. A gente não sente fome, mas também não lambe os beiços.
Entretanto, relacionamentos beges cumprem uma boa função. Muitas vezes ajudam a curar uma ferida ainda não cicatrizada. Nos fazem sentirmos queridos, especiais para uma pessoa, elevam nossa auto-estima e nos levam a concluir que os relacionamentos saudáveis podem e devem ser acima de tudo leves.
Muitos podem pensar que ter a sorte de um amor tranqüilo, leve e saudável pode bastar para nos realizarmos. Eu sou da turma do contra. Acho fundamental ter uma mulher parceira, equilibrada, independente, e que também não me encha o saco. Mas também quero alguém que me dê fissura no meio da tarde, que discorde de mim, que eu tenha medo de perdê-la, que me deixe levemente inseguro e que, sobretudo, me dê certos limites em determinadas circunstâncias. (leia-se, que saiba a hora e o motivo para encher o saco)
Um dos sintomas mais comuns de relacionamentos beges é ausência do medo de perder seu (a) parceiro(a). É geralmente o cara fofo que todo mundo acha legal, interessante, bom partido, aquele que faria qualquer pessoa feliz, menos, justamente você.
Em uma certa altura da vida quando estamos realmente maduros podemos refletir sobre o que é fundamental em um relacionamento para nos sentirmos realizados. Entretanto, a noção de realização não se enquadra na ciência exata. Para uns, o bege satisfaz, combina e não compromete. Prefiro um vermelho bordeaux, mesmo correndo o risco de errar.

sábado, 8 de novembro de 2008

O que você queria ser, quando cresceu?

Peguei emprestado esse Texto da Red, uma amiga blogueira, que tá mandando muito bem.

Há algum tempo atrás, não vou dizer a década para não dedurar a minha dade, uma belíssima Top Model fez uma declaração interessantíssima. “Não saio da cama para trabalhar por menos de U$10 mil dólares”. Privilégio raro das muito belas, muito loiras e muito tops, principalmente naquela época.
Tenho pensado bastante ultimamente sobre o que me faz sair da cama todas as manhãs para trabalhar. Passo a maior parte da minha vida longe daqueles que realmente amo, fazendo coisas que não são a minha verdadeira paixão na vida. Meu cérebro sofre, meu corpo adoece, e eu ainda estou muito longe de me aposentar e passar o dia infernizando meus filhos e mimando netos.
A grande pergunta que me faço todos os dias é: Se eu pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
É uma crueldade pedir a um adolescente de 17 anos que saiba o que quer fazer pelo resto da sua vida. Escolher uma profissão, fazer 4, 5 anos de faculdade, tendo nenhuma maturidade, nenhuma vivência em nada é uma burrice. Todo mundo devia ser obrigado a ficar 1 ano viajando pelo mundo antes de investir em algo tão importante como uma carreira.
O que uma adolescente de 17 anos sabe quando escolhe fazer medicina?
- Escolhi fazer faculdade de medicina porque sempre gostei de biologia na escola, são as minhas maiores notas, odeio matemática, física e história. Além disso, gosto de ajudar as pessoas, acho super legal salvar vidas. Não decidi ainda se vou querer fazer cirurgia ou se vou investir mais em pesquisa, que é também um sonho. Já pensou? Descobrir a cura de alguma doença, tipo assim, AIDS, Câncer… Muito maneiro!
E se for uma adolescente mais sincera, ela poderia ainda completar:
- Cara, deve ser muito maneiro dar plantão. Adoro assistir Grey´s Anatomy, E.R… o George Clooney é um gato!
Aí ela dá o sangue, estuda pacas. Se o papai tiver grana, monta um consultório para ela ficar o dia inteiro enfiada lá esperando os pacientes caírem do céu. Rala para conseguir se associar a muitos planos de saúde que vão pagar uma miséria para ela por consulta. Mas fazer o que? Quem começa tem que fazer nome, praticar para ficar conhecido. Se o papai não puder dar o consultório, vai fazer concurso. O sonho de virar pesquisadora é trocado por um salário de funcionária pública, que é pouco mas é garantido. Com 4 ou 5 plantões na semana em hospitais diferentes ela consegue manter um bom padrão de vida. Pena que o George Clooney nunca apareceu por lá… Nem ao menos algo parecido com um Mc Dreamy para quebrar o galho.
Outro campeão na escolha dos adolescentes é a advocacia. Coincidência ou não, acho que são os temas prediletos dos seriados das tv´s a cabo. Na imaginação de quem ainda passa 50% do tempo pensando em sexo, se imaginar aos 30 usando terno e gravata, defendendo causas super interessantes em tribunais super populares, ser advogado é carta branca para comer qualquer mulher. E ainda por cima, para completar, é uma das carreiras mais fáceis de ingressar na faculdade. Faculdades de direito no Brasil se multiplicam como Gremmlins…
Aqui no Brasil, um adolescente tem que ter muito peito para escolher fazer música, teatro, dança… Tem que superar o preconceito dos pais e avós, que acham que qualquer profissão além de médico, advogado, dentista e engenheiro é coisa de maconheiro vagabundo. E tem que ralar o dobro para não ter que ouvir o “eu te disse que isso não dava dinheiro” de todo o time que torce contra. Engenheiro desempregado é consultor. Músico desempregado é vagabundo.
Mas até que ponto pesa a paixão, o dom, o verdadeiro talento no sucesso de uma vida profissional? O quanto essas coisas influenciam no resultado do que você faz no dia a dia? Será que Caetano Veloso ou Chico Buarque conseguiriam ser engenheiros tão bem sucedidos quanto foram como músicos, poetas, escritores? Ou Fernanda Montenegro como dentista? Sem tesão pelo que você faz todos os dias, a maior parte da sua vida, até onde você consegue ir? Por quanto tempo consegue suportar? Acho que os fabricantes de Prozac devem ter ótimas estatísticas sobre o assunto…
Aos 35 eu ainda não sei responder o que faria se tivesse a máquina do tempo nas mãos. Se trocaria a certeza e segurança pelo risco, pela aventura. Mas acreditaria mais em mim…
E ainda tem mais… o que é sucesso pra você? Quem está aí medindo isso?
Mas esse é papo é longo e vai ficar para um próximo post…

Blog dela é http://blogs.abril.com.br/procurandoorgasmos

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Gênio da Lâmpada


Vocês lembram da história do Aladin? Aquele cara que encontra uma lâmpada mágica, onde morava um gênio que lhe concede 3 pedidos? Eu amava esta história quando era criança e ainda hoje brinco com a imaginação me perguntando o que pediria ao Gênio. Esse é um ótimo exercício para conectar com o desejo. Vira e mexe uso lá no consultório. É uma forma lúdica de ampliar nosso repertório emocional.
Pois é, minha filha está estudando o mundo árabe na escola e lá fizeram um muro com os desejos de todas as crianças. 75 crianças entre 6 e 7 anos fizeram seus pedidos:
“Quero voar” “quero todas as cartas pokemon” , “ “quero ser cantor e ator”, “quero ser famosa”... Minha filha pediu um jardim mágico, fiquei toda feliz!Um amiguinho mais engajado, desejou o fim do aquecimento global. Essa é a turminha que estará encabeçando o mundo daqui há 20 anos.
Muito bacana enxergar a vida através desses pequenos olhos, e perceber que em seus desejos, a fantasia e a imaginação estão tão presentes.
Em que momento deixamos de acreditar que podíamos ser tudo aquilo que queríamos? Como se dá esse desencantamento? Quando tiramos os óculos que nos permite ver o mundo com essa riqueza de possibilidades?
Eu me rebelo contra a caretice de uma vida em preto e branco. Gosto de ver o mundo através desse olhar. Isso me renova. Não sei se vocês se lembram, mas quando Peter Pan leva Wendy e seus irmãos pra terra do nunca eles vão voando. E para voar, ele ensina: basta ter pensamentos felizes!
Hoje, eu tô lúdica a Vera, eu sei! De fato, esse muro de desejos me fez pensar e desejar viver num mundo melhor. Comecei a perceber que não há como fazer isso sozinha.
Trouxe aqui pro blog a idéia de fazer um muro com nossos desejos. Despertar para o simples querer. Basta escrever aí nos comentários um de seus desejos.Vamos lá?
O que você pediria ao Gênio da lâmpada?


sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Hora do Fim, Tchau!

Por Destemido Walace

Outro dia vendo um filme surgiu uma frase que me chamou a atenção. Um velhinho dizia "Voce não pode falhar se não desistir". Comecei a pensar o quanto soa ruim a questao de DESISTIR. Me pareceu um pensamento e tanto... bom, se ainda estamos tentando quer dizer que ainda não falhamos, e se não pararmos de tentar ninguém nunca poderá dizer que falhamos... a não ser que a gente morra... mas ai já não importa mesmo né?Mas depois, remoendo o assunto, comecei a perceber o quanto pode ser oneroso não termos a sabedoria necessária pra desistir de algo. Confesso, ainda restam dúvidas sobre o fato de "sabedoria" e "desistir" ocuparem a mesma frase, mas me parece que sim, que podem...Voltando, vejo o quanto algumas pessoas sofrem por não saberem a hora de parar. A hora de colocar um fim. Talvez seja isso. A questão primordial talvez seja colocar um "fim" e não necessariamente desistir, são duas coisas diferentes!! Pensando melhor, acho que vou mudar o título do post. (pros curiosos o título era "Quando desistir...")Agora sim! Sábios aqueles que sabem por um fim as coisas. "Sabedoria" e "fim" ocupam a mesma frase elegantemente. Cada vez mais tenho certeza da finitude das coisas, de sua propriedade inerente de mutação, e de como pra surgir algo novo é necessário que abramos espaço pondo fim ao velho. Aceitemos a condição efêmera do "tudo" que existe. A finitude é muitas vezes condição essencial pro sucesso! Duvida?Analisemos: Pessoas que não sabem por fim a uma discussão (essas devem ter visto o mesmo filme que eu e devem pensar que se não desistirem NUNCA elas vão ganhar a discussão! Parabéns a estes - os ganhadores- pois como sabemos no final de nossas vidas vai ter um reloginho marcando quantas discussões ganhamos na vida!), pessoas que não sabem terminar um relacionamento e se magoam ate ter a certeza "nunca me decepcionei tanto!", obvio queria o que? O negocio já terminou a tempos e voce continua insistindo... é claro que vai dar em briga. Pessoas que não sabem por fim as culpas, elas erram e ficam remoendo aquilo eternamente se sentindo vítimas do mundo. Outros não sabem dar fim a um texto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Perdemos Gabeira

Perdemos Gabeira.
Perdemos a chance de desfrutar do novo, de uma forma de fazer política sem vaselinagem, puxasaquismo e negociatas.
Venceu o velho padrão.
Inegável, porém, ver que metade do Rio de Janeiro deu seu grito de liberdade. É a esta metade que me reporto agora.
Parabéns aos 49% dos cariocas que acreditaram na mudança.
Acredito que após uma longa hibernação política metade dos cariocas foram as urnas na esperança de ver o Rio de Janeiro bem representado politicamente. Infelizmente teremos que esperar um pouco mais. Exatamente mais 4 anos
Aos 50% que elegeram Eduardo Paes, meus pêsames. Já no primeiro dia está rifando os cargos da Prefeitura pra miscelania política que o apoiou.
Essa história a gente já conhece!
A grande novidade dessa eleição foi a mobilização política de cada cidadão em torno da candidatura de um cara como Fernando Gabeira.
Vamos lá cariocada, respirando fundo, a gente guenta!
Beijos a todos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Só por Hoje: o poder do aqui e agora.

Não há nada pior do que a indefinição!
Viver uma situação que dependa de espera, pra mim é um trem fantasma.
Aguardar o resultado de um exame médico que pode mudar sua vida. Esperar a resposta de um emprego, é simplesmente uma tortura!
Não à toa trilhei um caminho para depender só de mim. Sou autônoma, mais por não suportar dependência e espera, do que qualquer outra coisa. Simplesmente prefiro contar comigo. É mais seguro.
Ultimamente as pessoas que me cercam andam passando por situações assim. Pessoas que eu amo, cuja vida faz trança com a minha. Simplesmente impossível não ter meu destino afetado por elas. Logo eu, tão fiel à filosofia do cada um no seu quadrado!
Por mais Retroflexiva que eu seja, não sou uma ilha. Meu amor por elas faz com que a resposta que elas esperam, faça eco no meu “quadrado”. Meu amor por elas me tira da minha auto-suficiência. Quebra minhas defesas, me expõe aos fantasmas que tanto evitei.
São questões pertinentes a vida alheia, mas que ecoam na minha. Meu exercício diário é fazer como a galera do A.A (Alcoólatras Anônimos): Só por hoje. Mais 24 horas!
Viver um dia de cada vez é um antídoto para não pirar na espera.
Se eu conseguir ficar no Aqui e Agora, não há sofrimento. Mas se sair deste instante e viver a espera que pode resultar numa mudança drástica de vida, simplesmente a angustia e a ansiedade tomam conta da minha pessoa. Funciona como se tivesse alguma coisa roendo minha alma aos poucos.
Ter a vida fora de minhas rédeas me deixa louca! Sei que essa sensação de controle é mera ilusão, mas me mantém minimamente numa zona de conforto.
A imagem que me vem a cabeça é da carta ‘ Força” do tarot. Uma mulher nua em cima de um leão. Simbolizando que ela controla sua fera interior. Tem pleno domínio sobre ela. Só por hoje, volto a repetir pra mim e assim controlo a louca que abita aqui. Sabe que tá funcionando! Meu Leão tá quase domesticado. Já bebe leite no pires!
Tanto na Yoga quanto nas Terapias Existenciais o conceito de Aqui e Agora é amplamente difundido. Nunca poderia imaginar que colocá-lo em prática, pudesse ser tão útil na minha vida.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Penso, Logo Mudo de Idéia

Falar de si nem sempre é fácil. Uma paciente querida foi tão feliz na descrição que pedi a ela pra compartilhar aqui. Ela topou. Tenho ceretza que muitos se identificarão com suas palavras.

Adoro falar sobre mim.
Como boa pecadora que sou, a vaidade é o meu forte.
Minha melhor definição é a indefinição. Sou paradoxo, contradição.
Me atraio por coisas opostas e acredito desejar o que na verdade não quero pra mim.
Assim permanece muitas vezes a dúvid e a incerteza (onde tudo é possível!!!).
No mundo dos sonhos é onde mais me sinto à vontade.
Sempre escolho tudo o que é mais difícil e improvável.
Corajosa, aventureira, mas incrédula. Preciso ver com os meus próprios olhos.
E ainda assim posso não acreditar no que vejo! Quem me convence??? xiiiiii....
Acredito no amor mais do que tudo, ingênua e maldosa ao mesmo tempo.
Sou pilhada e preguiçosa, doce e mordaz... Adoro cutucar, adoro implicar.

Sou orgulhosa, mas também muito humildezinha, às vezes sou tão burrinhaaaa.....

Gosto de coisas simples. De um sorriso, um abraço. De um chope gelado.
Gosto do mar, do sal seco na pele, do vento...
Sou intensa nos meus sentimentos, totalmente sincera nas minhas paixões.
Me deixo levar pela beleza das pessoas.
Como você mesmo diz, adoro um tanquinho, costas largas! rsrsrs
Sou romântica sim, ao contrário do que muitos pensam de mim.
Só porque falo tudo na lata, não quer dizer que o romantismo não voe alto nos pensamentos.
Tenho uma visão prática do mundo, mas o meu mundo não é nada prático...
Gosto de ser tocada com força e com carinho... mas adoro mesmo as palavras, a sedução, a arte...
A estética está totalmente ligada à minha idéia de satisfação.
Me entristeço com a pobreza, principalmente a de espírito.
Observo o mundo nos mínimos detalhes e me atraio por tudo o que é novo.
Não tenho medo de experimentar e repito até cansar... os erros também... (que merda!)
As coisas que não consigo mudar, eu nem sempre aceito!
Pensadora, e também volúvel. Uma coisa é certa: sempre tenho razão! rsrsrs
Mesmo quando não tenho certeza!!
Indecisão é constante porque escolha é renúncia, limitação...
Dúvida é tudo o que ainda não veio. O que ainda não vivi, o que tenho medo. Sou muito medrosa também.
Mas não tenho medo de mudar. Mudo de casa, de roupa e de namorado mil vezes, se precisar.
A minha frase poderia ser: penso, logo mudo de idéia!
Mas quando se trata de mim mesma é ame-a ou deixe-a.
Não tem meio termo. E quando se trata de amor... ah, o amor!.....
Sou muito ciumenta! O que é meu é meu e o que é seu é nosso!
Não sou constante, mas sou a favor da verdade, sempre a verdade, doa a quem doer.
Não sei lidar com falsos e dissimulados, com quem não vive o que sente,
com quem fica "sentado no trono de um apartamento esperando a morte chegar".
Hipocrisia só perde pra injustiça e quando eu vejo sacanagem eu grito!
Vou atrás da felicidade mesmo que ela esteja a 15000 km de distância
e se ao chegar lá não encontrar com ela, valeu a viagem, fui feliz no percurso!

A vida é aqui e agora sem dúvida nenhuma, nisso eu concordo inteiramente com você.
Nas alegrias, nos amores... na solidão e na paz.
Eu repito meus erros, repito canções, repito o que ouvi em algum lugar...
Minha vida são as pessoas que chegam, são as que saem.

E cada parte delas que fica em mim.

Patty

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Grande Arquiteto

Me afino com a idéia pagã que circulava antes do Cristianismo ganhar força.
Deus e a natureza eram sinônimos e representações um do outro.
Deus era chamado no feminino. Era Deusa.
Deusa terra, mãe, fecunda. Era a ela que agradecíamos uma boa colheita e acendíamos fogueiras nos solstícios e equinócios.
Deus estava na terra e na nossa capacidade de nos nutrir dela.
Aos poucos com a chegada do Cristianismo essa idéia migrou para a figura de Nossa Senhora. O Patriarcado foi imposto e Deus virou masculino.
Hoje, é a ela que me reporto. A ela que rezo e agradeço.
Continuo com uma imensa sensação de que Deus está ali, na terra, no fogo, no ar e na água. Não é a toa que usamos esses elementos nos Rituais religiosos, do Camdomble ao catolicismo.

Não tento entender Deus, apenas senti-lo.
A sensação que estou dançando sua dança, ouvindo sua música é intensificada por algumas manobras que busco manter durante meus dias. Quando pratico yoga minha intenção é acima de tudo tornar minha experiência “com Deus” um pouco mais prolongada.
Estar em movimento, pegar uma estrada bacana, ouvir uma música que toca a alma, me conectar com o humano que existe em cada um de nós, me faz sentir Deus.
É pura percepção. Silêncio e música. Barulho do mar. Vento na cara.
Existe uma “perfeição” divina na natureza, no funcionamento do corpo humano, na relação dos órgãos com nossas emoções.
Deus é um arquiteto genial. Como faço parte de um de seus projetos não tenho idéia da grandeza da obra. Apenas imagino. E mesmo diante da minha visão limitada, fico absolutamente maravilhada.

Beijos e bom findi Semana

Obs: esse texto também foi publicado no Blog do Calau, Fenomenal: http://blogs.abril.com.br/calaufenomenal

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Você por Você



Quando o amor por mim precisa ultrapassar meu amor pelo outro.
Quando devo tomar cuidado para não deixar que o ser amado se desinteresse....
Quando tenho medo enorme de perder e faço tudo pra que ele permaneça ao meu lado....
Quando sinto que estou pisando em ovos para agradá-lo/a a toda hora....

Bom, pode ser que realmente o ser amado escorra pelas mãos.
Pode ser que se canse de ser tão necessário...
Pode ser que seja pesado demais carregar a felicidade do outro nas costas.


Não sei você, mas acredito que gostamos de pessoas que se gostem. Eu particularmente acho mais atraente quem se acha atraente. O bonito que se percebe vazio, vazio parece. Murcha, perde o viço.
Aquele que se cuida, antes de cuidar do outro, se quer bem. Aquele que se nutre, que tem fome de conhecimento, aquele que busca algo na vida além de querer agradar aos outros, tem luz. Tem calor, atrai os que estão a sua volta.
A bem da Verdade, atrai muita “alma penada” também. Por que tem um tipo de gente que é satélite. Que se alimenta da luz alheia. Pra esses: sal grosso, figa, dente de alho! Xô vudu, sai pra lá!

O ponto levantado aqui são as conseqüências de colocar o outro no centro da sua felicidade. Isso dá zebra. Pesa pro parceiro/a carregar essa responsabilidade, desgasta o amor, burocratiza o sexo e afasta o casal. Acaba virando um tipo de “profecia auto-realizadora, do tipo: “tenho medo de perder meu amor. Aí fico insegura, desinteressante aos meus olhos e lógico acabo desinteressante aos olhos do outro.”
Pronto! Profecia concretizada.

Pra mim, o antídoto, é se interessar por você. Se interessar pela vida.
Se olhar no espelho e descobrir seus melhores ângulos, dar um mergulho interno e explorar assuntos que despertem sua paixão.
Esse é o pó de pirlimpimpim. Não é apaixonar pela imagem refletida no espelho. É encontrar suas paixões legítimas, aquilo que te impulsiona, o que te movimenta.
É fácil descobrir que tem essa conexão interna. O olho brilha, a mente é febril, o papo avassalador. Impossível não causar encantamento.



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Um Brinde aos Cariocas


Tô rindo de orelha a orelha por ver Fernando Gabeira chegar ao segundo turno com 25% dos Votos.
Um brinde a todos os cariocas que disseram não ao Cesar Maia. Seu partido só obteve 4% dos Votos.
Crivella disse que seria feita a vontade de Deus. É, Deus é realmente brasileiro!
Faço minhas as palavras dos meus colaboradores Destemido Walace e Macho de Respeito, necessariamente nesta ordem:



Agora eu vou fazer ate campanha!! Vamos acreditar!! Metade do trabalho foi feito, vamos ter coragem pra terminar o trabalho e nos dar a chance de mudança!! GABEIRA!!
DW


"O resultado do 1º turno deu uma resposta da população do Rio de Janeiro ao continuísmo que se propagava há mais de quatro mandatos. Para uma eleição que começou com favoritos do calibre de Wagner Montes e Crivella é animador ver agora no segundo turno um candidato honesto e que não negocia cargos públicos. Acreditem na renovação, nossa cidade é única e merece um prefeito comprometido em torná-la ainda mais maravilhosa. Parabéns aos eleitores que votaram com consciência pública."
MDR


Beijo, e bom segundo turno.
Parabéns Rio de Janeiro!

sábado, 4 de outubro de 2008

Ressaca Eleitoral


Ser carioca para mim é um vício, uma adicção. Sou apaixonada pelo modo como levamos a vida, pela pouca maquiagem das mulheres, a graça inerente em seu andar, o Baixo Gávea, as rodas de capoeira espalhadas pela cidade, a boemia da Lapa, o contorno do pão de açúcar, os surfistas da Prainha, a vista desbundante das Paineiras!
Tem gente que torce pelo Flamengo, pelo Botafogo ou pelo fluminense. Eu torço pelo carioca. Torço de ficar roxa pra que a gente volte a ter nesta cidade prazeres corriqueiros, como dar um mergulho em Ipanema sem pegar hepatite, andar pela Lagoa sem medo de ser assaltado, ou visitar o Cristo Redentor sem ser extorquido.

Esse fim de semana será a nossa chance de mudar o rumo das coisas. Será que aproveitaremos a chance ou deixaremos mais uma vez a onda passar e amanheceremos de ressaca?
Ressaca eleitoral! Terrível. E demora no mínimo 4 anos pra passar.

Cariocada, está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor e se livrar de vez dessa mania de escolher os piores administradores para essa cidade.
4 anos é tempo demais pra ter mais um incompetente populista no poder.

“Muda. Que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda à gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!”
(Até Quando, Musica do Gabriel Pensador)

Esse domingo parece um bom dia pra começar essa mudança. O que vocês acham?Estão animados?
Bom, eu tô. Domingão pego meu título de eleitor e vou lá na esperança de mudar a cara de quem decide as coisas por aqui.
O Rio já é bacana levando porrada atrás de porrada. Imaginem se formos tratados com respeito e dignidade.?
Beijos e boa votação.
Obs: Marcinha obrigado pela dica da musica. Valeuuuu.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Festa de Casamento

Por: Macho de Respeito

Na semana passada um amigo se lamentava sobre a sua nova condição de solteiro: recém separado, mas resolvido emocionalmente, e, ao mesmo tempo chateado porque estava encontrando dificuldades de encontrar alguém para conhecer, namorar etc... O principal receio dele era porque se sentia “enferrujado” e não conhecia nenhuma mulher solteira, com exceção das amigas da ex, que por óbvio ele queria distância. No entanto, a principal queixa era porque não saberia como se aproximar de alguém, flertar, etc...Afinal, fora casado por cinco anos e antes havia namorado outros três e teria desaprendido a arte da paquera.

Expliquei que isso é mais do que normal, que no início damos uns tropeços, mas que com o tempo a retórica volta. Perguntei a ele se havia alguma festa de casamento à vista. Instantaneamente disse que teria um casamento na próxima semana, mas que achava que não iria, pois conhecia duas ou três pessoas que foram convidadas. No minuto seguinte, eu mesmo já havia ligado para o cerimonial confirmando a presença dele e a minha, por precaução.

Embora não goste da festa de casamento em si, acho todas iguais, mesma seqüência musical, havaianas no final, etc...Sou capaz de mover montanhas por um amigo necessitado. Resolvi por em prática a minha teoria sobre festas de casamento: é a oportunidade mais fácil para flertar e se dar bem com mulheres.

Em primeiro lugar a atmosfera de uma festa de casamento é propícia: é uma festa tradicional, com pessoas jovens, idosos, maduros e crianças. O ambiente é acima de tudo familiar, cuidadosamente decorado e com flores por todos os lados. Ou seja, não lembra nada aquele inferninho escuro, enfumaçado e lotado das festas triviais. A trilha sonora é bem eclética: inicia com um Frank Sinatra, passa-se pelos flash back para um bom tempo nas músicas comerciais e depois de várias taças de champagne as madrinhas já estão dançando um funk proibidão até o chão. Em terceiro lugar, as mulheres geralmente estão no seu melhor momento: arrumadérrimas, com os cabelos escovados e/ou penteados em um desses salões de Ipanema, unhas feitas no dia e as mais espertas fazem até depilação. Algumas até fecham a boca na semana da festa. Não menos importante é o vestido, cuidadosamente escolhido para que alguém presente no casório jamais tenha visto anteriormente.

É justamente na festa de casamento que as mulheres ganham um up grade: as feias ficam ajeitadinhas; as normais viram uma boa opção e as bonitas tornam-se ótimas. Para criar coragem, bebida à vontade e a qualquer hora, sem ter a necessidade de se espremer em algum canto do bar.

Para os valetes fica aí um registro: o terno é azul, cinza escuro ou preto. Nada de bege, marrom, verde etc... A gravata desde que não seja dos Loney Tunes ou da Disney não fará feio ao compor a roupa. Não custa também alertar que não há nada mais desproposital do que aquele sujeito que mal chega na festa e já vai tirando a gravata, abrindo dois botões da camisa e arregaçando as mangas.
Voltando a teoria, o principal argumento para defender a minha tese é que a festa de casamento passa a falsa idéia de que os homens presentes são sérios e estão buscando um compromisso só porque estão de terno e gravata. E finalmente, aquele cara que você nunca viu antes e que demonstrou algum interesse é certamente amigo ou parente do noivo ou da noiva que por sua vez é próximo de você. Ou seja, as referências podem ser solicitadas facilmente.

Concordando ou não com a minha teoria, só existe um tipo de mulher que não se deve dar trela em um casamento: aquela famigerada que coloca as mãos para o alto igual a uma dançarina de axé se postando na frente de todas para pegar o buquê da noiva. Essa desesperada chega ao ponto de se jogar no chão para mostrar a todos o seu objeto de desejo e na maioria das vezes o que sobra é apenas um leve vestígio do que já foi um buquê. E o preço disso? A certeza de sair no DVD do casório como o destaque negativo da festa.

MDR

sábado, 27 de setembro de 2008

Cada um no seu Quadrado.

Bizarro e maravilhoso o vídeo Cada um no seu Quadrado, um dos mais vistos do Youtube.
Eu sou uma adepta dessa filosofia: cada macaco no seu galho, ou cada um no seu quadrado.
Você faz a performance que quiser sem invadir o espaço alheio.
A filosofia do quadrado é totalmente territorial e abraça a idéia de que minha liberdade termina onde começa a tua. Regra fundamental da boa convivência. Se cada um respeitasse os limites que cerceiam a liberdade individual seríamos mais felizes.
Pensa bem: Matrix no seu quadrado, matrix no seu quadrado... Você pode viajar o quanto quiser, mas não engloba o outro na fantasia, só assim não cobra depois.
Saci no seu quadrado, saci no seu quadrado. Cada um se vira no saci o quanto pode, só não vale contar com a perna do vizinho.

A idéia de ter o limite do outro como fronteira para minha atuação, representa que preciso estar atenta aos meus limites, minhas carências e minhas expectativas, por que pular pro quadrado alheio é fácil e atraente. Culpar o outro por que ele não atende minhas expectativas, por que não atendeu ao telefone, por que não estava disponível pra mim na hora que eu queria, é invadir o quadrado alheio.
De pano de fundo temos o lema da Gestalt terapia: Eu não nasci pra corresponder as suas expectativas nem você as minhas. Cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado.
Acredito que a adesão popular a dança do quadrado é um grito de libertação.
Só preciso tomar cuidado por que me relacionar com o outro é poder ir e vir, pular de quadrado em quadrado. É entrar e sair dessa fronteira “quadrilátera” mantendo minha consciência de qual é o meu espaço.

É bom chamar quem a gente ama pra pular no nosso quadrado, reunir a “macacada” pra pular no meu galho, mas tendo em vista que quando for necessário cada um pula de volta pro seu galho e vai cada qual pro seu quadrado.
Beijos e boa semana!

Obs: a galera da gestalt vai achar graça de tamanha retroflexão.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mulheres Multifacetadas



O homem ama a mulher, a mulher ama o amor. Frasezinha sarapa, clichê, mas que guarda um conhecimento bacana da relação homem /mulher.
Acredito que o homem se apaixona pela mulher e por tudo que vem com ela, corpo, sexo, colo, abrigo, família, blá, blá...
A mulher ama o homem sim pelo que ele é, mas fica enamorada mesmo pela forma que ele a ama. Cada mulher tem uma jeito singular de ser amada. E esse é um mistério que precisa ser desvendado pelo parceiro.
Tem mulher que quer ser amada com atenção, com mimos, chameguinho, apelidinhos, aquele amor do:”desliga você, ah, não desliga você, ahhhh você primeiro...”
Há mulheres que querem liberdade, aventura, do tipo “arruma a mala que vamos viajar agora!”
Há aquelas que só se entregam quando há segurança. Quando sentem que estão pisando em terreno firme. Quando a paixão já deu lugar pro amor e ela se vê no futuro daquele homem. Quando existem planos, quando existe o “a gente”. Bom, aí entramos num outro território, pois a palavra Segurança adquiri significados distintos para cada uma.
Pra mim segurança é um homem que se basta, que se suporta, que consegue captar toda intensidade que habita aqui e não se assustar.
Para algumas mulheres segurança, é dinheiro, poder, um bom emprego, para outras é lealdade, inteligência, juras de amor.
Muitas vezes a mulher é tudo isso junto e mais alguma coisa!

A questão é que o universo feminino é multifacetado, não adianta querer andar em linha reta, uma porta leva a outra, que leva a outra e assim sucessivamente. Às vezes o parceiro se perde, e precisamos mostrar o caminho, apontar saídas, revelar o que doeu ou incomodou.

A mulher é boa em dar pistas, mas os homens sempre mais objetivos não enxergam, muitas vezes pisam nessas sutilezas sem se dar conta. Homem não vem com esse “chip” de ler entrelinhas, e as mulheres são cheias de entrelinhas.
O cara gasta uma grana pra dar pra ela aquele relógio bacana, mas tudo que ela queria era uma noite romântica, com direito a velas e um lindo cartão. Ela não fala, quer que ele adivinhe. Ele não tem bola de cristal, e fica frustrado por que se empenhou no presente. Tá feita a discórdia...
As mulheres gostam de pequenos gestos, sutilezas. Se não verbalizarem não serão atendidas.
É difícil sair da idealização de que o outro tem pensamentos mágicos ou que vive em função de adivinhar o que eu quero. O diálogo da conta disso. Mas conversando, podemos mostrar o caminho e ficar satisfeitos se o outro quiser acompanhar.

domingo, 21 de setembro de 2008

Mutley faça alguma coisa!



Deus do Céu! Por que temos mau humor?
As vezes eu acordo querendo encostar um no paredão....
Será que existe uma explicação química ou orgânica para isso?
Olha que não é TPM. É mau humor puro, legítimo, dos fortes.
Vou tomar café da manhã na padaria, tá com cheiro de frango assado e eu quase dou um karatê na pessoa que me atende. Francamente! Esse cheiro, logo de manhã! Quem foi o imbecil que botou isso pra girar tão cedo assim? Que espécie de pessoa come frango assado numa manhã de sábado? O queijo quente cheirava a frango, o suco cheirava a frango, e eu detesto frango!
Nossa, que mau humor. Quase mordi o caixa!
Tô igual ao Mutley, aquele cachorro do Dick Vigarista: medalha, medalha, medalha!
Sei que o dia está lindo e continuo rosnando. A vida me abençoou com amigos bacanas, uma família doida, mas cheia de vida, tenho uma casa que é minha e continuo rosnando. Vou dar um rolé até o Arpoador, e mal me agüento. Só penso que até a tarde esse mau humor há de passar.
Que inferno!
Ainda bem que como vem, vai. Sem dar explicarão, sem dizer à que veio.
Coisa de louco! Mas já reparei que vem sempre quando acumulo noites insones. Quando a cabeça tá a mil. Quando estou estudando coisas que me fascinam entro em estado de paixão. Leio, escrevo, dialogo comigo, com a galera do MSN, e varo madrugadas. Não, não sou bipolar, sou animada com o mundo das idéias mesmo. Ando assim agora com o Eneagrama, uma velha “filosofia” que caracteriza nós seres humanos, dentro de 9 tipos de personalidades.
Enquanto não desvendar a psicodinâmica dos 9 tipos do Eneagrama, não sossegarei.

Acabo de me dar conta que meu mau humor é primo do cansaço, irmão da fadiga e que talvez eu só precise mesmo de um bom livro pipoca pra me fazer sorrir novamente.

Alguém tem alguma dica?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Novo, O velho e o Criativo

Andamos pra frente olhando pra traz. Se traçarmos uma reta do passado para o futuro veremos que andamos em direção ao futuro mas estamos de costas para ele. Tipo Michael Jackson dançando break.
Nosso olhar está voltado para o caminho que percorremos e não para o que iremos percorrer. Quando estamos vivendo uma situação nova, onde buscamos suporte? Nas situações que já vivemos.
Muitas vezes esquecemos de atualizar os arquivos e reproduzimos comportamentos que funcionaram no passado, mas que estão ultrapassados para serem usados no aqui e agora.
Nossas defesas são criadas mais ou menos assim: Em algum momento precisamos nos fechar para não sucumbir a uma dor, e aí descobrimos que sobrevivemos. Bem até!
Daí em diante nosso cérebro arquiva: “se me fechar, não faço contato com a dor”, e transforma esse mecanismo em solução universal.
Esquecemos que junto com a dor ficam de fora outros sentimentos também. É impossível isolar um só.
A dor é sempre proporcional ao amor. Se amo muito, quando perco, dói muito. Se não amo ninguém, não sentirei dor quando partirem. Mas não conhecerei o amor, o prazer, a troca.

Quando olhamos para o futuro vemos uma tela em branco. Isso muitas vezes dá medo, gera angústia, ansiedade, pânico.
Eu gosto de brincar com a possibilidade de me reinventar, poder ser quem eu quero, sem tantas manias e neuroses. É difícil desapegar de velhos hábitos.
Não tenho compromisso nenhum de ser a mesma o tempo todo. Me permito criar a mim mesma. É bom demais se surpreendida por um novo sentimento e não ter medo de compartilhá-lo. Antes tinha vergonha de dançar, hoje danço mesma que sozinha, antes não ia com a cara de fulalo, hoje somos grandes amigos, ontem eu odiava novela, bom, continuo odiando.. quem sabe um dia, assisto uma de cabo a rabo, feliz da vida!
Afinal, pra onde vai nossa capacidade criativa quando nos tornamos adultos sérios e comprometidos com a caretice do mundo?
Temos que trabalhar se quisermos sobreviver, mas quem foi que disse que trabalho é sinônimo de frustração, sacrifício, blá, blá, blá...

Fica aqui a sugestão: quando se olhar no espelho pela manhã, descubra um novo ângulo seu, uma expressão nova, uma careta, um personagem. Vamos pintar uma tela que possa ser reinventada sempre que tivermos vontade!

domingo, 14 de setembro de 2008

Espelho em Sessão

Ela chega com rosto de porcelana e olhar mirando o teto. Senta-se, e despeja:
Vejo minha vida passar como uma estrada que corta uma cidadezinha do interior.
Eu sou a moça com olhar triste na janela. Presa, corpo atado, olhar longe.
Na imaginação: princesa, pirata, aventureira.
Nesta casa, a janela é o lugar mais longe que eu já visitei.
Agora a inércia tomou conta de mim.

-Se não estivesse inerte o que faria, pergunto eu?
Fugia! Cristalizei, para não fugir!
Se o sangue voltar a correr nas minhas veias, disparo, atropelo a vida, dou a volta ao mundo. Vou ser pirata, revolucionária, poetisa.
Estou presa num mundo careta. Não acredito em governos e continuo pagando impostos, não acredito em monogamia mas continuo casada, e ainda estou presa nesse corpo que vive dando zebra!

-Como é viver assim, se sentindo presa?
Minha imaginação me salva, me leva para um mundo de gente sábia, livre, que sabe amar. Nesse mundo não existe governo, cada um tem autoridade sobre sua própria vida, a responsabilidade de ser feliz com a sabedoria de não invadir o espaço alheio.
A posse e o apego não são cultivados para que o bem comum possa florescer. Eu não viso o meu sucesso, o meu dinheiro, o meu destino. Eu quero mais estar cercada de gente feliz, saudável, bem resolvida e quando for olhar para o meu umbigo lembro que não sou uma ilha e que não quero nunca mais viver cercada por grades e insufilmes. Não quero mais viver com medo, com a certeza de que por mais alto que a gente grite nunca seremos escutados.
Que porra de jeito é esse que a gente tá vivendo! Governados por um bando de boçais, que assaltam os cofres públicos e engordam as nossas custas.

Seus olhos agora estão vivos, seu rosto ganhou cor. Eu olho para ela e não consigo expressar o quanto estou afetada por seus pensamentos. De repente me vi sorrindo ao escutar tais palavras. Me percebi cúmplice mais do que qualquer coisa. Sou eu falando enfrente a mim. Pude ver o que há de melhor em mim refletida nessa mulher. Sou eu sem o cinismo que adquiri ao longo da vida.
Olhei para ela e a achei linda, interessante, inteligente. Quis comungar com ela sua visão de mundo: desapegada, apaixonada, humanitária, livre. Lhe perguntei se poderia postar essa sessão?
-Sim claro, deixe o mundo ver o que eu sinto. Quem sabe assim, eu saia da janela!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Encaixe Afetivo

O amor. Ah, o amor!
Interessante como a gente tá acostumado a pensar no amor como algo mágico, como se tivesse alguém destinado pra nós em algum lugar do planeta. Só precisaria de um empurrãozinho do destino pra cruzar com o sujeito e imediatamente nos dois saberíamos que fomos feitos um para o outro.
Balela. Não acredito nisso! Não acho que somos metade em busca da outra fatia da laranja. Gosto de me sentir inteira o suficiente pra dividir e não uma metade ambulante a procura de alguém pra me preencher! Acho que o amor é algo construído, e o tal cara que cruzamos ali na esquina, dependendo da fase que eu esteja pode ser uma tremenda roubada. Se Você tá numa fase carente meio tristonha tenha certeza que a escolha vai ser um equívoco. Não é falta de romantismo não, eu vou explicar.
Acho que temos uma espécie de encaixe. Se já estamos num momento bom de auto-conhecimento e sabemos exatamente o que estamos procurando, quais são os defeitos toleráveis e os intoleráveis, aí tá bacana pra encontrar alguém que vai alimentar o que há de melhor em mim. Mas, se ao contrário, não sei nem direito quem eu sou, do que gosto, o que priorizo. Vou cruzar com um cara que tem pinta de bacana mas, que pode ser uma verdadeira roubada e me atracar com o sujeito como se ele fosse a última coca cola do deserto. Paixonite doença. Insegurança, baixa estima, enfim, despertar o que de pior existe em mim! Ressaca emocional!
Quem nunca viveu uma “paixão” assim que atire a primeira pedra!
Acho mesmo que quanto mais a gente se investigou maior a chance de fazer escolhas afetivas assertivas. Conhecemos melhor nossos encaixes. Os certos e os errados!
Pra "ter a sorte de um amor tranquilo” nada como aguçar o olhar, primeiro interno e depois correr pro abraço.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O Intenso Mundo de Fal

Acabei de ler a última linha do livro da Fal. Caí em prantos e me despedi dele como se me despedisse de uma grande amiga que tá indo embora.
Conheci a Fal, na coluna da Cora Ronai. Entrei no blog dela e me apaixonei perdidamente.
A maneira como ela descreve as coisas, a vida, as dores e amores, é visceral. É humano demais. É simples e Bonito demais.
Comprei o livro, que acabou de sair e devorei neste fim de semana, guardando as páginas pra não acabar logo. Quando me apaixono por um livro, mergulho de cara depois começo a economizar capítulos. Fico avarenta, não quero que acabe!
Me mudei pro mundo da Fal nesses dois dias e posso dizer que foi uma experiência extremamente intensa. Depois do café da manhã sentei pra ler o livro e desatei num choro profundo, desses que o soluço vem da barriga. Aí o telefone tocou e era hora de pegar minha filha numa festa. Lá fui eu com aquela cara de quem tinha chorado muito. Nego achou que eu tava péssima, mas nem ligo. Ainda estava no mundo da Fal, onde as cores, sons e até cheiros ganham uma vida, que podia ser sua, minha ou a da vizinha. A narrativa é deliciosa, e ainda tem o delírio de poder trocar com a autora em tempo real. Ela é totalmente Humanopossivel.
Quem quiser colocar um pouco de Fal em sua vida vá ao http://www.ddfal.notlong.com/ ou compre o livro: “Minúsculos Assassinatos e alguns Copos de leite.
Aproveitem o mergulho!
Boa semana.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ciúme e Possessividade

Ciúme e posse são a mesma coisa?
Sem dúvida, são irmãos. Mas, nascem de psicodinâmicas diferentes.
Ciúme é touro, posse é escorpião.
Ciúme é: “eu vi primeiro e ninguém tasca!”
Posse é domínio.
No ciúme, eu sou dono do corpo do outro e me mordo, enlouqueço, se alguém quer pegar só um pedacinho.
Na posse eu sou dono da vida do outro e fico louco se algo foge ao meu controle.
Ambos são territoriais. O ciumento sofre pelo passado, presente e futuro do parceiro. Por quem ele já beijou e por quem ele imagina que o outro beijaria.
O possessivo precisa sentir que domina seu território, sabe os horários e costumes do parceiro. Que horas chega, sai, dorme e come.
O ciumento acha que todo mundo tá olhando pro amor dele. É vítima da sua própria imaginação.
O possessivo só começa a ficar nervoso se algo foge do seu script. 15 Minutos de atraso é o tempo limite para o possessivo segurar a onda. Se o cara sempre chega da pelada as 10, Cacete! São10:30 e ele ainda não aparceu? É o início de um furacão e o outro vai sofrer as conseqüências.
Ela anda de um lado pro outro, parece tigre enjaulado. Olha o celular a cada 10 segundos e começa a torcer em segredo pra alguma coisa ter acontecido que justifique esse FDP, não ter aparecido até agora!
O ciumento pega pelo braço, chora, faz escândalo. Perde a linha, se humilha.
O Possessivo é frio, vingativo, estrategista. A dor que ele sentiu por se perceber fora do controle será repassada para o parceiro com juros e correção monetária.
Não acredito que ciúme seja amor. Quem ama cuida, não quer pra si. Porém, não recrimino. Num certo grau acho até gostoso. Acredito que se eu sou capaz de amar alguém assim, outra pessoa também será, e isso mantém minha relação aquecida.
Se o ciumento encontra pela frente algum inseguro que se alimenta de seu ciúme, tá feita a desgraça! Aí se estabelece a tal relação sado-masoquista, onde um se alimenta da dor do outro. Nesse caso deixa de ser relação, vira doença.
Ciúme e possessividade, ministrados com grau de liberdade, pode ser bacana, mas se for mal medido, sufoca o amor. Uma pegada mais forte no braço, pra dar uma situada na moça que tá muito soltinha na pista de dança, pode ser engraçado, mas se o cara ficar nessa paranóia a noite toda estraga a festa, né? E se isso se repete em toda a festa, o que azeda é a relação.
É a tal da pimenta, na medida é uma delícia, colocar demais, estraga o prato!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Alma Hippie

Nasci com alma Hippie. Passei pela adolescência lisérgica das pernas aloradas, saião florido, biquíni de tricot, e da galera cabeluda que discutia política na praia do Pepino. O Pepino era o Posto 9 da década de 80. Naquela época, o mundo se dividia entre capitalismo e comunismo, e pra esquerda militante o sonho de uma sociedade mais justa seria alcançada através de uma luta de classes onde a “elite dominante” (terno super usado na época) daria lugar aos intelectuais junto ao povo. Mal sabiam os intelectuais que o povo mesmo não tava nem aí pra eles nem pra tal “elite dominante”. Nada muito diferente do que rola hoje em dia. A triste constatação é que Fernando Gabeira, nosso intelectual vanguardista que usava tanga de tricô nem aparece nas pesquisas. O povão mesmo tá votando no candidato do Bispo. O bispo fala e as ovelhas dizem amem!
Essa cidade tem uma verdadeira obsessão por maus governantes. Isso já virou mania! O Rio tá que nem mulher de malandro, apanha, apanha, apanha e continua apanhando. Que loucura!
Eu, por outro lado continuo com minha alma Hippie acreditando que um dia a gente acerta! Quem tem alma hippie acredita no amor, e no que o ser humano tem de melhor.

Falando em alma Hippie, acabou de rolar um evento chamado Yoga Pela Paz que reuniu um punhado de pessoas no Rio e em São Paulo.
Krishna Das, o Pavarotti dos Mantras veio ao Rio, cantar pela Paz. O cara foi pra Índia aos 20 anos, conviver com monges no alto do Himalaia para aprender a meditar. Como ele mesmo diz, pensava em deixar o ocidente para sempre e se tornar um indiano. Lá seu guru mandou que ele meditasse como Jesus, o que deu um nó na cabeça do sujeito pois ele não tinha viajado milhas e milhas pra ouvir falar em Jesus! Porém, não há ninguém que tenha personificado mais o espírito Paz e Amor do que Jesus. Totalmente alma Hippie!
Enquanto cantávamos pela paz, olhei ao meu redor e não pude deixar de sorrir. Aquilo alí era uma convenção de pessoas que acreditam no amor como fonte principal de energia. Ao meu lado deeksha givers combinavam a próxima ida a Índia, entusiasmadas por servirem de canal dessa energia de amor e cura. Do outro, mestres de Reike, Acupuntura, Yoga e pessoas que como eu, transitam nesses universos e bebem dessas fontes.
Compaixão é fortaleza. Quem tem amor no coração não será abatido facilmente.
Aconselho a quem quiser beber um pouco dessa fonte que ouça um cd do Krishna Das, vá fazer uma aula de yoga, ou sei lá, distribua gentilezas. Afinal como dizia o profeta, gentileza gera gentileza.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Visita ao Labirinto

Gosto de visitar a loucura, saber o que há lá. Tenho medo. Receio entrar e não achar a saída. Imagino um labirinto, que cerceia a genialidade. Entre a genialidade e a loucura há uma membrana fina, muito fina. O louco se perdeu, não achou a saída. O gênio consegue ir e voltar.
Não à toa escolhi essa profissão. Terapeuta é aquele que se autoriza ser visitante neste universo. Investigar o não palpável, admitir um mundo construído através de lembranças e sensações. As lacunas de memória são preenchidas pela imaginação. Como separar o que é fato do que foi construído? Pra mim não se separa, por isso não investigo muito o porque, não me interesso tanto pelo passado do paciente.
Meu foco é como ele percebe o que está acontecendo com ele agora. Como ele chegou até aqui. Aí é inevitável que o passado apareça. Todos nós temos uma história que nos fez chegar aqui. Por isso me interesso tanto pelas escolhas, quero saber como fizeram essa seleção do que servia ou não pras suas vidas.
Trabalhar com psicóticos é visitar a loucura alheia. Trabalhar com neuróticos é visitar a minha loucura, esbarrar em meus pontos cegos, me olhar no espelho!
Escrever é a minha saída, meu fio de Ariadne.
Pra quem não conhece esse mito: A linda Ariadne se apaixona pelo jovem Teseu que vai a sua Ilha lutar contra o Minotauro. Ariadne dá a Teseu um novelo que lhe possibilita sair com vida do Labirinto, onde o bicho habitava.
Gosto dessa imagem. Acredito que terapia é um pouco isso. Vou trançando um fio com meu paciente para que nenhum de nós se perca em nossos labirintos.
Entrar no labirinto é um processo arriscado de autoconhecimento. Depois que se inicia, não tem mais volta. Uma vez que olhamos pra dentro e descobrimos quem somos, quais nossas dificuldades e potencialidades, não tem mais como usar velhos mecanismos de defesa. Não há como esconder dos olhos e do coração aquilo que estamos vendo. É aí que começamos a sair da neurose. Paramos de correr atrás do próprio rabo.
A loucura pode ser criativa, inventiva e restauradora. É preciso se arriscar para visitá-la neste labirinto! A questão é o que ou quem será seu fio de Ariadne?

sábado, 23 de agosto de 2008

Paixão declarada

Declarar uma paixão é algo difícil, complexo e dá um super medo. Mas pode ser extremamente libertador para quem está apaixonado, mesmo não sendo correspondido. O medo da rejeição é o único empecilho para esse ato de bravura emocional. Não é pouca coisa, eu sei. Fugimos da rejeição e do abandono como o diabo foge da cruz! Levar um "toco" é péssimo, machuca, dá o maior bode, mas do chão a gente não passa, né? Como dizia Vinícius:"quem nunca sofreu por amor, não sabe o que é ser feliz". E optar pelo medo numa hora destas pode ser a pior escolha.
Declarar paixão é ato de coragem. No mínino, surpreenderá o outro. Verbalizar seu amor não é se fragilizar perante o ser amado, não é ser um carente louco à esmolar amor, muito pelo contrário, é ser dono de seus desejos e anseios. É ser generoso o suficiente para saber compartilhá-lo com quem lhe provocou tal sentimento, independente de resposta. É ser o senhor do seu amor, e não vítima dele.

Se apropriar de sua paixão, é saber que o outro, merecedor ou não, é mero coadjuvante nessa escolha, já que foi ele quem apertou o botão da paixão. Mas o botão é seu e a paixão também. Isso só revela o quanto você é capaz de amar e de se apaixonar. Se por acaso a paixão não for recíproca, já valeu! Você sentiu o amor correr nas veias e se deu conta do que povoa sua imaginação. Se Paixão é tela em branco, é preciso de distanciamento. Paixão é projeção dos nossos desejos e no mínimo serve pra gente perceber o que nos encanta e o que nos seduz. Por isso já vale, porque ali estará refletido o seu ser enamorado, o que há de mais bonito e amoroso em você.

Hoje, esse foi um dos temas de consultório. Quando cheguei em casa fui escutar um CD que acabei de ganhar. Lá estava uma música, intitulada: "Declaração de Amor", e que fala justamente disso.
A música é fresquinha e ainda não foi lançada, mas o autor é O Destemido Walace, um velho conhecido aqui do Blog.
Na música ele declara sua paixão de forma a se libertar do ser amado. Linda música, linda letra. Super Inspirada. A melodia nos leva por esse caminho de libertação. Uma vez explicitado tal sentimento, o amor cria asas e liberta!
Quem quiser escutar é só ir no www. Myspace.com/destemidowalace.
Aí em baixo segue a letra, só pra dar um gostinho:

“Declaração de amor”

Meu amor,

Pro que eu vou te falar
Não espero nada em troca
Nenhuma palavra sua
Não preciso de resposta

Nós já conversamos
Já entendi o seu ponto de vista
Pra você eu sou vítima do tempo
Pois este não era, o seu momento

Te procuro e declaro
que estou apaixonado
E me dizem: é suicídio e
eu digo estou aliviado!

Eu não tenho pudor
de me declarar
Tenho orgulho do que sinto
Mesmo que de você
Eu não possa me orgulhar

Eu formalizo meu amor
Não pra você se gabar
Mas por respeito a minha história
Que em meu último dia eu vou relembrar

Nota do AUTOR DA LETRA:
A musica é cantada do começo ao fim, sem interrupções de solo ou convenções intencionando uma declaração ininterrupta.
A bateria simula a batida de um coração, que até mudar o dedilhado da Mão direita é dobrado no tempo pra dar ansiedade.
O merengue entra no final, pra dar a sensação de alívio, de missão cumprida, daquele cara que sabe que já perdeu, mas que perder não é problema, e que uma vez feita a declaração do que ele sente, ele esta livre!

Vale a pena, escutar a música, ler a letra, se apaixonar, e lógico criar coragem pra se declarar!

domingo, 17 de agosto de 2008

Cinema: Um Bom Remédio!

Em momentos críticos da minha vida, me enfio numa sala de cinema e só saio de lá, quando meu termômetro começa a subir.
Quando meu avô morreu, fui andando sem destino e quando dei por mim estava no meio de uma sessão de Hair. A sessão acabou e eu permaneci na cadeira. Veio outra e confesso não lembro quantos foram os : “ when the moon is in the seven house, and júpiter...” que precisei ouvir para ter coragem de voltar ao mundo. O filme era perfeito para aquele dia. Só a crença hippie num mundo melhor me devolveria à sanidade perdida pela dor visceral que atravessava minha vida naquele momento.
Isso virou meu melhor anti-depressivo. Nada como viver a vida dos outros quando a nossa tá pesada demais. Funciona, posso garantir. É incrível o que uma sala escura, com ar condicionado e cheirinho de pipoca podem fazer por mim.
Hoje não foi diferente. Diante da tristeza e apreensão, me joguei numa sala bem gostosa e pertinho de casa. Escolhi uma comédia por motivos óbvios, mas fui temerosa porque sabia que meu humor tava péssimo e talvez não flexibilizasse a ponto de conseguir rir.
Uma salva de palmas para os que conseguem nos fazer rir! É para poucos. Não é qualquer ator que tem o tempo da comédia. Uma pessoa que sabe fazer rir se torna imediatamente bonita e inteligente pra mim. Rir faz bem pra alma!
Bem, fui ver um filme totalmente absurdo, tão absurdo que me tirou do ar por 2 horas. Consegui rir! Inevitável não lembrar da Bete e das gargalhadas que ela e meu marido tinham quando ela vinha aqui em casa. Passavam horas os dois às gargalhadas. Tinham o mesmo tipo de humor. Eu nunca entendi direito por que riam tanto, mas aquilo contagiava, e eu acabava rindo junto. Lembrei dela e não fiquei triste. Bom demais!
Bom, vale falar um pouco do filme que operou esse milagre. Não esperem muito, por que é uma verdadeira besteira. Mas é genial, pois consegue fazer graça com o tema mais polêmico do planeta: a guerra entre palestinos e israelenses, sem ofender ninguém, pelo contrário, mostra o absurdo deste conflito que não acaba nunca...
Não precisa conhecer história nem gostar de política para rir com o filme. Adam Sandler, faz humor com tudo: todos os modismos dos anos 80, o disco dos anos 70, com os filmes de ação, e principalmente com a cultura americana. Para quem não tá ligando o nome à pessoa é aquele ator que fez Click, O Paizão, Tratamento de Choque, com Jack Nicholson, entre outros.
No filme, o cara é um agente secreto de Israel que forja a própria morte para realizar seu sonho de ser cabeleleiro em Nova York. Parece idiotice? Pode crer que sim! Mas uma delícia.
Rir faz bem pra saúde, limpa o fígado e traz calor para o corpo. Era tudo que eu precisava.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Saudade e Esperança

Hoje foi um dia estranho. Estava indo para terapia e recebi um telefonema com uma notícia muito ruim. Uma grande amiga acabara de falecer. Meu coração se encheu de tristeza.
Era uma pessoa forte e linda por dentro e por fora. Uma mulher Olímpica, grande, loira com lindos olhos azuis. Parecia uma gringa, uma polaca! Eu brincava com ela, dizendo que ela era avó da Xuxa. Tinha mãos enormes, e macias, que operavam verdadeiros milagres quando usadas para tirar a tensão alheia.
Ela se foi! Deixou aqui um hiato.
Já estou sentido muita falta de seus abraços de mãe ursa. Do cheiro gostoso de ervas que ela sabia misturar. Era uma sábia, uma espécie de maga.

Saí da terapia e fui para o Hospital. Uma pessoa muito querida está com a filha lutando pela vida. É impressionante a corrente de amor que cerca essa família. Como se fosse um grande coração batendo em volta deles.

Cheguei para consolar. Saí de lá acreditando no milagre que o amor pode operar!
Fui temerosa, com aperto no peito. Saí de lá, com a esperança renovada.

Deveria existir uma lei divina que proibisse as mães de sofrerem assim. Nenhuma mãe merece ver seu filho correndo risco de vida. Mães são fontes de vida, e nascem preparadas para morrer antes de seus filhos. Essa ordem jamais deveria ser quebrada. Jamais!

Quando minha filha nasceu, a entreguei nas mãos de Nossa Senhora e pedi para que Ela olhasse para minha pequena e que nunca a abandonasse. Sei que minha estadia aqui será passageira, e quero a Grande Mãe de olho grudado no meu tesouro maior: Minha filha.

Hoje, chegando deste dia de morte e vida é novamente a Ela que recorro. Essa imensa energia feminina que ganhou o rosto de Nossa Senhora: Agradeço a vida que tenho, rezo para aquietar minha perda, penso na família da amiga querida que se foi. Peço para que o desespero possa dar lugar à saudade, e que as boas lembranças aqueçam o coração daqueles que a amavam.
Só agora escrevendo estas palavras consigo chorar. Deixo as lágrimas lavarem minha dor.

Agora foco na vida. Numa vida inteira para ser vivida. Numa menina que está na faculdade. Peço com coração de mãe apertado que liberte todo sofrimento desta família e ajude a operar este milagre. Junto às mãos em oração e peço em voz alta: Nossa senhora, essa menina é guerreira, ela vem lutando com fervor, permita que toda essa energia de amor, renove a saúde de seu corpo!

Amém

Para Beth, Sandra e Juliana todo amor que houver nessa vida!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sonhos: Condição primária de sobrevivência do Indivíduo.

Por: Destemido Walace


O que me faz sentir vivo?
Primeiro gostaria de dizer que vou encarar essa pergunta como “o que me faz extremamente feliz?” ou mesmo “O que me faz pensar que vale a pena viver?”
Para esta pergunta há várias respostas obvias, de vasto conhecimento e aceitação popular, que até mesmo pelo seu acesso fácil e uso banalizado perderam por assim dizer seu valor original. As respostas seriam algo como “estar apaixonado” ou “o amor” ou mesmo “A realização dos nossos sonhos”.
Pois escolho a última resposta – a realização dos nossos sonhos – como algo que me faz sentir vivo. Porém pretendo tentar resgatar o real valor que esta resposta tem e porque não ousar até redimensioná-lo.
Os sonhos são comumente conceituados como aqueles desejos praticamente impossíveis de alcançar, ou que só alcançaríamos mesmo num “sonho de verdade”, daqueles que temos quando estamos dormindo. No dicionário podemos encontrar varias definições que também nos supõe a dificuldade de realizar um sonho, são elas: utopia; ficção; fantasia etc.
Mas da onde vem esse desejo tão difícil de ser realizado? Porque temos sonhos? Afinal se realizá-los é tão difícil eles seriam muito mais um fonte de frustração do que de felicidade. Por que então, todo o ser humano não hesita em dizer que tem um sonho e chega muitas vezes a abrir um sorriso só de pronunciá-lo em voz alta?
Tenho uma teoria sobre isso. E essa teoria parte da premissa de que ser feliz é uma questão de sobrevivência. A primeira vista essa afirmação parece ter sido tirada de um livro de poesias e soa demasiado romântica pra ser levada a serio. Posso afirmar porém, que trata-se até mesmo de uma afirmação cientifica.
Não é novidade que o estado de nossa mente influi diretamente no nosso corpo, que uma pessoa em depressão, por exemplo, tem as defesas do corpo debilitadas. Podemos ir até mais longe parafraseando Jayme Ovalle e dizer que “o câncer é a tristeza das células”.
Bom o inverso também é verdadeiro. Ou seja, uma pessoa feliz costuma gozar de uma saúde melhor do que uma pessoa em depressão, o funcionamento do organismo fica mais equilibrado.
Dessa forma concluímos que a felicidade pode ser encarada, do ponto de vista biológico, como um fator de sobrevivência. Ou seja, da mesma forma que nosso paladar nos diz que uma comida estragada tem um gosto ruim, pra que nós “instintivamente” saibamos que aquele fruto pode representar um risco pra nossa sobrevivência, os nossos sentimentos nos avisam que estar triste também é ruim, pois representa uma ameaça a nossa vida debilitando as defesas do organismo. Logo, ficar feliz é bom porque faz bem. Obvio não é?
Mas, como os sonhos entram nessa história? Da onde eles vem? Não sei se já parou pra pensar, mas quando você nasceu ninguém perguntou o que queria fazer da vida, nem se preocuparam em descobrir que tipo de pessoa você seria e que coisas poderiam deixá-lo feliz, até porque você não saberia responder. Mas o fato é que quando nascemos nos já correspondemos no mínimo aos anseios mais profundos e já temos uma lista de expectativas a cumprir perante um pai e mãe. Já viemos ao mundo fadados a suprir expectativas alheias e não as nossas. Isso na melhor das hipóteses, pois às vezes o nosso nascimento pode corresponder até ao “pesadelo” de alguém.
Enfim, o fato é que Ninguém falou pra você “olha, na vida, você só tem um dever: ser feliz, então vá descobrir como ser feliz”. Então nos passamos a agir como esperam que a gente aja. Só que a natureza é sabia. Ela te dá de bandeja o seu meio de ser feliz. Sabe qual é? O sonho. Nos ficamos tão ocupados atendendo expectativas alheias que esquecemos de olhar pra dentro e descobrir quais são nossas próprias demandas para felicidade, logo para a sobrevivência. Donde concluo que os sonhos não passam do seu instinto mais primitivo de sobrevivência, que uma vez deixados de lado, esquecidos pelos próprios sujeitos sonhadores, ganham essa triste conotação que está hoje no dicionário – fantasia, ficção, utopia. Preferia abrir o dicionário e ler “sonhos – condição primária a sobrevivência do individuo”.
Então respondo que sim, se tem algo que me faz sobreviver, que me faz sentir vivo, que me faz feliz e me faz pensar que vale a pena viver, eu posso chamar isso de sonho, seja ele qual for. Sonhem e Sobrevivam!

Destemido Walace.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Um Mapa Inexistente

Por Amélia Clark

Viva a vida.
Às vezes parece obrigação.
Será que ficar sentada na poltrona confortável do pai assistindo episódios de Lost é viver a vida? Eu aprendo ué! sinto suspense nas veias... Aprendo a me virar numa ilha...Estimulo a minha criatividade!
Ta, tudo bem, confesso que nessas horas tô com preguiça de viver mesmo!
Mas sou uma pisciana! E piscianos não conseguem fugir dos seus desejos. Os desejos pipocam na nossa pele!
Aos 31 (claro!) larguei toda minha vida de executiva enlatada e fui atrás dos meus sonhos. Como todos os sonhos, eles são um pouco turvos, não têm ordem cronológica, nem sempre as pessoas têm faces e a cor é uma mistura de colorido com preto e branco. Mesmo assim estou indo atrás deles, seguindo um mapa inexistente.
Uma viagem de pelo menos 1 ano, de carro, com meu companheiro, acampando nos pontos mais belos desse imenso Brasil, sem roteiro pré-definido. Só a decisão de ir ao desconhecido, mas com a certeza do rumo certo, já seria motivo suficiente para o sangue ferver nas veias.
Sim e não! Levo meu computador comigo para sempre me deleitar com os novos episódios baixados de Grey’s Anatomy!
Há momentos em que é mais fácil viver a vidas dos outros. Brincar de Barbie era mais fácil pra mim do que soltar pipa ou subir em árvores.
É o medo de botar a cara pra fora da barraca e estender a face à vida.
Às vezes as coisas pequenas são menos desafiantes. Me sinto bem viva quando coloco meu ipod no ouvido e saio dançando as minhas musicas preferidas. Danço mesmo, de verdade. Em pleno por do sol, na beira do rio. A adrenalina sobe como numa rave.
Olho pro outro lado do rio e vejo um pescador no seu barquinho. Nossa! Com certeza tô parecendo louca. Paro imediatamente. Cortou minha pulsação.
É o medo de ser mal interpretada pelo pescador desconhecido que tá há mais de 1 quilometro de distância e que nunca mais vou ver na vida.
Às vezes se vestir bem e ir pra balada ajuda. Nada melhor do que saber que tenho uma festa chique. Assalto o armário generoso da minha mãe e sei que vou me sentir bem viva chegando de salto alto.
Quando completamos 30 anos, eu e minhas amigas entramos na fase do batom vermelho. Foi algo que de repente começou a acontecer, essa vontade de ter os lábios rojos na pele clara. Comprei vários tons, todos combinando com os esmaltes. Esperei a festa chique pra botar o preto básico e justo, com o detalhe vermelho nos lábios da pele branca.
Saindo de casa me senti mulher, me senti viva. Chegando na festa cruzei com uma coluna espelhada e não me reconheci. Meu Deus! Tira logo isso! Não dá pra te reconhecer! Cruzes, parece que tá oferecendo a boca!
É o medo de perder o disfarce, a máscara da identidade já conquistada.
Às vezes as compras ajudam. Ir pra Nova York a convite da melhor amiga que tem muitas milhas e mora lá. Dólar baixo, a América sempre on sale. Calça Seven, óculos da Oakley, sapatênis da Diesel, blusinhas de jovens da Abercombie, esmaltes da Sephora, qualquer coisa do Soho.
Quando vi que estava sem passaporte e que teria que pagar 300 reais ao despachante para acelerar o processo na PF, praticamente me recusei a ir. Não! Não, posso gastar dinheiro agora! Não posso tirar ferias das ferias! A vida não é essa moleza não!
É o medo de não ser merecedora e acabar perdendo todas as coisas boas que caem no meu colo.
A verdade é que pra mim nada, nada, nada, me faz me sentir tão viva quanto uma boa ANÁLISE! Seja no divã. Seja na astróloga. Seja no Curso em Milagres. Seja no ouvido amigo. Seja no Dalai Lama, na Amma ou no Pranayama.
É na descoberta do que está coberto, que meu coração pulsa com vontade.
É na procura do que está no interior da minha alma que encontro minhas veias pulsando.
Olhando para o mapa que ainda não existe e desenhando meus passos com canetas de cor, já que nada é preto no branco.
Só assim é que se vence o medo.


A viagem dela está no www.expedicaoaguasdobrasil.blogspot.com

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O que me faz sentir viva

A primeira idéia que veio é de que vida é prazer! Então, pra me sentir viva era só seguir meus instintos e fazer valer meus desejos, nem que seja sentar na praia com um saco de biscoito globo na mão, um copo meio mate meio limão na outra, e um jornal me esperando para ser devorado.
Tenho pequenos prazeres relacionados à vida nesta cidade que são inabaláveis. O cheiro da maresia, o vento batendo na cara quando ando de bicicleta com minha família ou ouvir a musicalidade do carioca da favela ao asfalto.

Pensando um pouco mais, me dei conta de que não são só os momentos de prazer que me fazem sentir viva, mas também quando choro ou sofro. Foi então que percebi que me sentir viva é estar em contato. Seja com meu vazio, minha dor, prazer ou alegria.
É antes de tudo me sentir plugada comigo mesma. Me sentir pulsando de dentro pra fora e de fora pra dentro.
Respeitar a linguagem do coração. Cessar o esforço da lógica e da razão, de tentar me convencer que não estou sentindo aquilo que estou sentindo. Simplesmente fazer a cabeça repousar no coração. Aceitá-lo, reverenciá-lo, como fazemos ao iniciarmos a prática da yoga, meditação ou oração. É o gesto do Namastê. Abaixar a cabeça em direção ao coração.
Nem sempre é fácil, principalmente se o coração está cheio de dúvidas e escasso de felicidade. Olhar o escuro dentro de nós também é fazer contato, e esse é um contato que dói. Sentir dor também é estar vivo, né? Caso contrário, fica todo mundo com aquela cara de quem tomou Prozac pra sempre! E isso definitivamente não é a minha idéia de felicidade.

Pra me sentir viva ...

Preciso me apaixonar por pessoas, por amigos, por pacientes, me reapaixonar pelo meu marido, por idéias, por artistas.....
Sentar com uma amiga e falar besteira. Dar gargalhada!
Não ter vergonha de pagar mico e me expor com a liberdade de poder acordar sendo outra amanhã!

Sinto o sangue correndo nas veias numa discussão filosófica. Ter uma aula sobre Nietzsche me faz entrar em êxtase. Trocar então com pessoas inquietas, é delírio puro! Chego a ter insônia, fico elétrica. É como uma febre, toma primeiro a cabeça e depois enche o coração. É uma injeção de Vida em forma de troca!

Sinto a vida pulsar em mim, vendo minha filha crescer tão linda, resplandecente, com os olhos curiosos e feliz. Sentir seu cheiro, beijar a covinha escondida no cantinho da sua boca e ouvir sua gargalhada deliciosa.

Me sinto viva praticando yoga e agradecida por ter encontrado mestres como Mahavir, Nando, Sushilla e Shakti. Gente do bem, iluminada e generosa.

Me sinto viva ouvindo música, dançando, comendo uma pizza com meus amigos, ou em contato direto com a natureza. Estar num lugar cercado por uma natureza abundante, seja mar, cachoeira ou montanha, daqueles que o silêncio ensurdece a gente, e só é quebrado pelo canto dos pássaros, sapos ou cigarras, é estar em contato direto com Deus. É vida na veia!

Me sinto viva na estrada. Em especial na de Búzios.
A primeira curva que dá de cara na praia Rasa, me traz a infância, adolescência e todos os bons momentos que passei naquele lugar.

Me sinto viva escrevendo esse blog e trocando com todo mundo que ousa postar sua opinião, ou com aqueles que comentam ou criticam quando eu tenho oportunidade de encontrar. Por isso fica aqui o convite: Se esta crônica te tocou de alguma forma, ou simplesmente te fez pensar ou sentir alguma coisa, vamos lá, me diga:

O que te faz sentir vivo? O que faz você sentir seu sangue correndo nas veias?



Um grande beijo e obrigado por me ajudar a estar em contato.