sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Me diga o que é melhor? Navegar ou ficar a ver estrelas?

Bárbara é minha ilustre convidada para falar sobre... Ira? Ou, quem passa a vida á ver navios...

Por Bárbara Tamburini

Primeiro, gostaria de dizer à vocês que eu “mudei totalmente o rumo da minha prosa”. Este era para ser um texto sobre ira, raiva, tudo o que implode a gente. Mas é que hoje eu me dei conta de uma coisa muito doida que teima em acontecer comigo.
Eu estava conversando com um cara que eu admiro muito pela sua generosidade, mas apesar de toda essa admiração, eu sempre senti que esse cara tinha uma trava. Sei lá, é como se apesar de ser muito generoso, ao mesmo tempo fosse muito mesquinho consigo mesmo. É paradoxo, mas surge em mim toda vez que a gente fala sobre a vida. Como se fosse uma inflexibilidade consigo; a palavra é travado mesmo, não tem outra melhor. Quando olho para ele me vem sempre a mesma metáfora: deu a largada e o homem não foi... Travou. Não sei se vocês conhecem alguém assim, mas comigo não sei se é Karma, ou o que, mas essas pessoas vivem aparecendo no meu caminho. Em todas as esferas: clientes, parentes, amigos, homens etc... Confesso que isso me enche de raiva. Fico furiosa, irada! Como assim? O cara consegue a polly posicion e desiste de largar,...( três pontos em homenagem ao palavrão que eu gostaria muito de registrar aqui, mas por razões óbvias acho melhor não dizer...). Nunca consegui entender.
Apesar de tudo isso me fazer pirar, eu não sou de desistir. Acho que quanto mais a gente varre para baixo do tapete, mas o lixo espalha. Então, eu decidi fazer duas coisas: a primeira é escrever, pensar sobre o assunto. A segunda, é compartilhar com vocês esse pensamento.
Lendo um texto de Freud, que se chama “Arruinados pelo sentimento de êxito”, me dei conta da seguinte frase: “(...) a auto-sabotagem é inerente. É como uma marca, existente no organismo humano. Mas, como nós médicos bem sabemos, nem toda genética se manifesta. Para mim, desculpem-me a audácia, o que traz à luz essa marca é o ressentimento.” Bingo, bingo, bingo!!!! Alguma coisa se iluminou para mim neste momento. Um oásis em meio ao deserto. Pensei: então, o sujeito toma uma porrada da vida, uma dessas bem doídas (cada um pode imaginar o que quiser). Dói pra burro. O sujeito não consegue lidar com o sofrimento, a mágoa se torna muiito profunda. Aí, vira ressentimento. Até aí tudo bem. O problema é o seguinte: esse mesmo sujeito vive uma coisa que se chama vida, que é incontrolável, imprevisível(desculpem-me os controladores, mas é!!). Provavelmente, ele vai Ter que passar por outra situação que envolva risco, conflito, confusão.... aí, o sujeito vai e trava o canal. Engarrafa o cosmo, com medo de doer, medo de sofrer. “Ai, eu não sou capaz”, “vou sofrer”, “deixa pra lá”. Eis a auto-sabotagem. Para mim, isso é desistir de viver. Desistir de tentar, desistir de se arriscar. Agora me digam pra quê? De que adianta a gente tá aqui se não for pra se envolver com a vida, com os outros, com o mundo? Assistir essas pessoas medrosas me coloca em contato com a minha ira mais profunda. Principalmente, quando esse “engarrafamento” me atinge. Porque aqui nesse mundo tudo tem um efeito dominó. O que um faz resvala no outro e assim vai. E o pior é que pode atingir o outro em proporções até maiores do que vai atingir quem começou com a brincadeira.
É, acabei falando sobre a minha ira, mas, o que eu queria dizer é que, gente, a vida é curta, não atravanquem o caminho, pelo menos não o dos outros. Se não for pra andar, saiam da pista. Subam uma montanha e virem uma árvore. Não ficariam no caminho e ainda ajudariam a purificar o ar.
Do que adianta ficar a ver estrelas com os pés plantados no chão. Não sei vocês, mas eu prefiro navegar....
bjs a todos..


2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo Monica!!! Adorei o texto! A vida para mim é um eterno arriscar. Vim pro Chile com uma malinha debaixo do braço e veja aonde eu cheguei em 1 ano. É isso aí, abaixo a inércia!!!
O meu poder é do tamanho do meu sonho. E se sonho, posso!! Só não devo deixar de sonhar, e sonhar bem alto! Um beijo enorme, Flay
PS: Que tal navegar vendo as estrelas????

Anônimo disse...

sabe q eu não tinha pensado nisso.. as estrelas são um presente se nos soltarmos e nos deixarmos ser guiados por elas... mt legal, flay! bjs, barbara