segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tenho um casal de amigos, queridos.

Queridos por toda uma trajetória que construímos juntos. Anos de convivência, viagens, fins de semana, chopinhos e jantares. Porém, cada vez que estamos juntos, sinto como se uma película nos separasse. Como se faltasse algo, como se o contato fosse um pouco estéril.

Não sou de muitos amigos. Mas quando faço um vínculo é pra valer. Minha costura tem entrega, amor, vida.

Não preciso estar com meus amigos para amá-los. Aliás, essa é uma reclamação comum: minha distância física. Saio pouco. Atendo menos ainda o telefone. Mas quando estou com alguém querido, estou lá: de corpo alma e o que mais houver. Talvez até por isso precise da minha solidão. Do meu silêncio.

Se o amigo sofre, sofro junto. Se está feliz, vibro com suas conquistas.

Por essas e outras, sinto algo estranho quando a natureza do contato é fraca. Quando as fronteiras são duras e enrijecidas.

Se o outro entra na relação e não aprofunda, a sensação que eu tenho é de falta de confiança. A imagem que me vem é daqueles acrobatas circenses se balançando loucamente, contando com a capacidade de o outro, segurá-lo. A relação fica sendo nossa rede de proteção.

Como é prazerosa a relação com quem se arrisca! Se relacionar é correr risco. Risco de se machucar, de se sentir menor, de ser criticado. Risco de se perceber falho, impotente! Risco também de ser feliz e ter medo que acabe, passe rápido. Risco de se apaixonar!Risco de se ver nos defeitos do outro...

Quando não há confiança de um lado, o outro não se joga. O medo contagia. Não há entrega. Fica no vazio. A relação empobrece.
Dá menos vontade de ligar, de ver, de trocar.

Que pena!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Além do horizonte

Nossa, que saudade de escrever!!!
Estava com constipação mental por excesso de pensamentos. Desde que me vi grávida não sobrou tempo/energia pra escrever.
Bebê nasceu, lindo, enorme, e saudável. E agora a energia pode percorrer novos horizontes...
Bem, que os valores mudam depois de uma gravidez todo mundo sabe, mas que seus sonhos passam a ser quase pueris, ninguém nos conta.
Ontem estava lendo jornal quando me deparei com uma folha cheia de anúncio. Jóias, roupas, restaurantes badalados e o que mais me chamou atenção foi uma loja de colchões. Era um desses colchões de mola, importado, bem bacanão.
Eu me vi namorando aquele colchão como quem olha pro Rodrigo Santoro, ou para uma Nha Benta da Kopenhagem. Meu primeiro pensamento foi: nossa que cama deliciosa! É, meu maior objeto de desejo hoje é dormir pelo menos 6 horas consecutivas, de preferência num colchaozão daqueles.
Essa é minha deixa pra falar que minha energia voltou a circular por aqui, porém anda desputadíssima com uma boa soneca.
bjs

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Qual é seu Padrão Afetivo?

Inventei de dar um curso sobre Padrão Afetivo. Pra minha surpresa teve tanta demanda que precisei dividir em duas turmas. Minha primeira intenção era fazer cada participante se apropriar de seu repertório emocional com as ferramentas que já possui e que muitas vezes não se dá conta.
Parece moleza, mas não é.
Isso ficou claro quando lancei algumas perguntas que se mostraram verdadeiros labirintos.
Difícil responder qual é o lugar do outro na sua vida? Qual é o espaço que você está dando para suas relações afetivas?Pareceu que Sim.
Recorri então a uma visualização. Fomos percorrendo esse espaço juntos. Começando pela a entrada, passando a sua construção, até a sensação que cada um teve ao entrar.
As respostas daqueles que conseguiram partilhar foram fantásticas e surpreendentes.
Foram dois dias intensos. Valeu muito a pena. Pra mim só afirmou o prazer de trabalhar em grupo.
Esse é meu projeto para os próximos anos. Formar grupos de trabalho. Terapêutico, estudo, aprofundamento....
Saudades de sentar aqui e partilhar um pouco da vida com vocês.
Boa semana a todos.
Beijos.

Desculpa nossa falha.

Peço perdão pelo sumiço. Foi impossível sentar pra escrever durante esse período de "maresia ". Mas estou aos poucos voltando as atividades e já já tem texto novo.
beijos

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Kit

Papeis que desempenhamos na vida.


Acredito que quando a gente nasce o “pessoal lá de cima" manda junto um kit, que é pessoal e intransferível. Tipo:” kit de sobrevivência na selva.” Nele vem um punhado de dons, e habilidades que instrumentalizarão nossas vidas por aqui.
A galera da minha geração vai se lembrar do cinto de mil e uma utilidades. Então, esse kit funciona mais ou menos como o cinto. Vou explicar me dando como exemplo. Veio no meu kit a capacidade de fazer vínculos profundos, e a falta de habilidade para papo raso, tipo small talk. Veio a habilidade de ser namorada, e não de ser esposa. Gosto da sensação que tudo pode acabar, flertar, brigar e ter ciúme. Mesmo que seja com o mesmo homem há anos.
Veio à facilidade para abstração, posso passar horas filosofando sobre a vida. Não veio no meu kit o dom da paciência, nem o papel de mãe, muito menos o de dona de casa.
Isso não significa que não posso desenvolvê-los ao longo da vida. Mas que não são inatos.
Desempenhar o papel de mãe pra mim, não é natural, é algo aprendido. Comecei o aprendizado no exato momento do nascimento da minha filha e continuo aprendendo até agora. Acho, que passados 7 anos já saquei um pouco como ser uma boa mãe pra ela. Porém, agora grávida novamente me vem o mesmo medo de errar que tive há 7 anos atrás. Que loucura né? Eu achava que depois do primeiro a gente pegava no tranco. Ledo engano! Sem sombra de dúvida esse é um papel que faço questão de desenvolver com maestria. Quanto a ser dona de casa, me satisfaço com uma casa funcional. Não gasto muita energia com isso não.
Não foi fácil chegar a essa conclusão. Venho de uma família de mulheres fortes que nasceram com o kit maternidade. Faltou um pra mim. Sem problemas. Adoro aquele ditado que diz.

‘A necessidade faz a habilidade”.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Maternidade

Oba!
Há 6 dias atrás descobri que estava grávida.
Passados os primeiros minutos de euforia meu corpo me fez lembrar por que demorei quase 8 anos pra ter coragem de engravidar novamente.
Vômitos, sono, náuseas e sono novamente. Totalmente blues!
Ter um filho é uma coisa, ficar grávida é outra. Deus! São coisas absurdamente diferentes. No primeiro caso você é você e assim se relaciona com uma micro pessoa que inexplicavelmente você ama antes de conhecer. No segundo caso, você não é você. Você é um coquetel louco de hormônios em completa ebulição. Sente calor, frio, chora, tem desejos, sente cheiros sem querer, enfim não tem o menor controle sobre seus sentidos.
Eu sei por experiência própria que o momento do nascimento é mágico e olhar pra aquele ser minúsculo que acaba de sair de dentro de você é algo que todas as mulheres deveriam viver uma vez na vida. Mas os 9 meses que antecedem a isso....ninguém merece!
Eu nunca fui aquele tipo de mulher que olha uma criancinha e se derrete. Pra falar a verdade, não faço diferença entre pessoas grandes e pequenas desde que respeitem meu quadrado. Gosto de gente independente, seja criança ou adulto. Detesto gente que se lamuria, detesto criança que mia! Criei minha filha para o mundo e esse agora não será diferente.
Só peço ajuda aos céus para que essas 32 semanas que ainda faltam tenham uma cara mais rock and and roll e menos blues.
Lógico, chegando aos 40, tudo que mais quero é que esse baby venha ao mundo com saúde e seja um serzinho bem feliz.
Feliz 2009 pra todos nós.