domingo, 17 de agosto de 2008

Cinema: Um Bom Remédio!

Em momentos críticos da minha vida, me enfio numa sala de cinema e só saio de lá, quando meu termômetro começa a subir.
Quando meu avô morreu, fui andando sem destino e quando dei por mim estava no meio de uma sessão de Hair. A sessão acabou e eu permaneci na cadeira. Veio outra e confesso não lembro quantos foram os : “ when the moon is in the seven house, and júpiter...” que precisei ouvir para ter coragem de voltar ao mundo. O filme era perfeito para aquele dia. Só a crença hippie num mundo melhor me devolveria à sanidade perdida pela dor visceral que atravessava minha vida naquele momento.
Isso virou meu melhor anti-depressivo. Nada como viver a vida dos outros quando a nossa tá pesada demais. Funciona, posso garantir. É incrível o que uma sala escura, com ar condicionado e cheirinho de pipoca podem fazer por mim.
Hoje não foi diferente. Diante da tristeza e apreensão, me joguei numa sala bem gostosa e pertinho de casa. Escolhi uma comédia por motivos óbvios, mas fui temerosa porque sabia que meu humor tava péssimo e talvez não flexibilizasse a ponto de conseguir rir.
Uma salva de palmas para os que conseguem nos fazer rir! É para poucos. Não é qualquer ator que tem o tempo da comédia. Uma pessoa que sabe fazer rir se torna imediatamente bonita e inteligente pra mim. Rir faz bem pra alma!
Bem, fui ver um filme totalmente absurdo, tão absurdo que me tirou do ar por 2 horas. Consegui rir! Inevitável não lembrar da Bete e das gargalhadas que ela e meu marido tinham quando ela vinha aqui em casa. Passavam horas os dois às gargalhadas. Tinham o mesmo tipo de humor. Eu nunca entendi direito por que riam tanto, mas aquilo contagiava, e eu acabava rindo junto. Lembrei dela e não fiquei triste. Bom demais!
Bom, vale falar um pouco do filme que operou esse milagre. Não esperem muito, por que é uma verdadeira besteira. Mas é genial, pois consegue fazer graça com o tema mais polêmico do planeta: a guerra entre palestinos e israelenses, sem ofender ninguém, pelo contrário, mostra o absurdo deste conflito que não acaba nunca...
Não precisa conhecer história nem gostar de política para rir com o filme. Adam Sandler, faz humor com tudo: todos os modismos dos anos 80, o disco dos anos 70, com os filmes de ação, e principalmente com a cultura americana. Para quem não tá ligando o nome à pessoa é aquele ator que fez Click, O Paizão, Tratamento de Choque, com Jack Nicholson, entre outros.
No filme, o cara é um agente secreto de Israel que forja a própria morte para realizar seu sonho de ser cabeleleiro em Nova York. Parece idiotice? Pode crer que sim! Mas uma delícia.
Rir faz bem pra saúde, limpa o fígado e traz calor para o corpo. Era tudo que eu precisava.

11 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto. Fico encantada com sua forma de lidar com as coisas da vida. Seu olhar.

Anônimo disse...

Você é uma mulher incrível!
Nada mais a declarar!
te adoro!
bjks

Anônimo disse...

gostosinho o texto...
estou louca p ver como está o cinema do shopping da gávea!
Beijos!

Carolina disse...

Fofuxa...que orgulho imenso de ter uma irmã com você,orgulho maior ainda quando dizem que somos tão parecidas...continua insistindo na idéia de irmos o quanto antes para Mauá,recarregar nossas energias,tenho certeza que vai ser incrível!!Engraçado você falar de como se sente dentro de uma sala de cinema,também me sinto assim...é um dos meus "refúgios" desse mundo louco que tantas vezes não conseguimos compreender.Bom saber que se sente melhor,bom saber que conseguiu ter uma lembrança "gostosa" da sua amiga que se foi...o ideal é que aos poucos a dor se transforme em saudade,né?!Fico feliz por você irmã...bom ter notícias suas,mesmo que sejam "virtuais",aparece Ursa!!Não esqueça: estou esperando você colocar o nariz pra fora da caverna!AMO-TE!!!Cal.

Anônimo disse...

Perfeito...qdo vc escreve "Nada como viver a vida dos outros qdo a nossa está pesada demais" me identifiquei como sempre qdo leio seus textos:). Cinema é perfeito para desconectar, viver na fantasia, esquecer de tudo, já que nossa mente não veio com um botão de on/off acoplado.
Cinema, música, séries, livros, revistas ....são o meu escape da realidade.
Amei o texto!
Beijos
Madrinha

Anônimo disse...

Sensacional seu texto. Como vc escreve bem, atem momentos críticos, comsegue manter seu humor refinado. Parabens vou experimentar a tecnica.
bjs

Fernanda P. D. Ferreira disse...

Lembrei da musica "A Via Láctea" do Renato Russo que diz:
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz.

As vezes achamos que tudo está perdido, mas com um bom remédio, podemos ver que podemos ver a leveza das coisas com humor e tornar a vida mais feliz num momento tão difícil.
A morte de alguém querido é muito difícil e triste, mas essa tristeza com o tempo vai se tornando saudade e depois nos lembramos dos momentos bons que tivemos com essa pessoa. Assim como você se lembrou da risada da sua amiga.
Fazer coisas boa, leves, divertidas, ajuda muito a defletir num momento como esse. E sou totalmente a favor disso!

Bjs e boa semana!

Anônimo disse...

Delícia de texto! bjs

Rodrigo Ferrari disse...

Acho que hoje já não é mais possível ficar dentro da sala de projeção de uma sessão para outra.

Me lembro de, menino, chegar no meio do filme e depois que ele terminava, ficava lá, vendo os créditos subirem, a sala esvaziar e encher novamente, até o escuro nos cobrir com seu manto. Aí, a tela - viva de novo - nos pegava pela mão e nos levava de volta para o mundo mágico.

Hoje, quando a sessão termina, homens portando sacos plásticos pretos recolhem os copos cada vez maiores de refrigerante e nos avisam que precisamos voltar para a realidade.

Sinal dos tempos práticos: ao invés de flanarmos, somos empurrados.

Anônimo disse...

Lindo texto! boa forma de lidar com a tristeza.

Anônimo disse...

Adorei seu texto! Concordo com vc, nada melhor do que ir a um bom cinema para nos desconectar da realidade por algumas horinhas. Sou cinéfila assumida, amo filmes, principalmente os de comédia! Rir é bom demais e um santo remédio!
beijos da prima que te admira muito,
Re