Existe uma lenda a respeito do porco espinho que sempre me vem a cabeça, seja por me identificar profundamente com ela ou mesmo para usar de exemplo para pessoas que como eu, tendem ao isolamente em momentos de dor.
Ai vai:
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se agrupar, assim se aqueciam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Reagindo a isso, começaram a se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados.
Precisavam fazer uma escolha: ou morrer sozinhos ou sobreviver e aceitar a dor que a convivência impunha.
Nada como a sabedoria que vem do instinto de sobrevivencia! Sobreviver era sinônimo de conviver, e assim, aprenderam a lidar com as pequenas feridas que as relações podem causar!
Eu tô mais pra ostra, do que pra porco espinho. Diante da dor, me fecho e tento ser auto suficiente. Quando deixei de ser só eu e virei família, essa defesa caiu por terra. Como lidar com as feridas vindas do relacionamento familiar? Como lidar com dor daqueles que mais amamos? Como protege-los, as vezes deles mesmos?
Filhos vem pra ensinar, esse é o ditado popular. Nunca imaginei porém, que o ensinar significava me desconstruir. Eu posso dizer que pra sobreviver hoje, tô deixando de ser ostra pra virar o sábio porco espinho, aquele que aprendeu a unir forças respeitando as diferenças.
Boa semana pra todos!