Faz meus sentidos apurados, com uma presença física marcada.
Essa é minha parte terra. Terra com cheiro de chuva.
Ela anda escondida dentro
de mim. Sem energia, ou vigor. Diria até: abafada.
Há a pessoa cabeça. Pipa,
avoada. Que vive no terreno do pensamento. Se alimenta da imaginação. Essa é a
que domina minha vida desde sempre. Nasci sendo só ela. Desenvolvi as outras ao
longo da vida, por pura necessidade.
Minha cabeça não para, nem
quando estou dormindo. Sou assim desde criança. As vezes a noite exercitava
meus sonhos, só pra não perder o fio de alguma história que me alimentava.
O pensamento me alinha, me
bota no prumo, me liberta. É nele que me identifico, que me sinto eu.
Essa minha parte etérea,
habita no corpo por imposição planetária.
Poderia pairar apenas. Sua
existência precede o corpo.
Essa mulher é ar. Pode ser
brisa, vento ou tufão.
Há aquela que nasceu da necessidade de ter uma identidade. De precisar ocupar um lugar no mundo. Aquela que aprendeu a se relaciona. A pessoa capaz de criar vínculos e de fazer dessa, uma habilidade tão poderosa, que a sustenta.
Ela que sabe
costurar emoções e que habita nesse
território do que a gente vira depois que cresce!
Aquela que a gente diz ser no mundo: Eu sou a psicóloga. A médica de
segredos. A que vai de carona na emoção alheia. Eu sou co piloto do processo
de vida dos outros.
Meus pacientes: Pessoas
com coragem suficiente para mergulharem sem seguro, nem paraquedas nessa
aventura que é desvendar-se a si mesmo!
Essa mulher é água. E ela
sempre encontra o caminho pro mar!
Há ainda uma delas que nasceu faz pouco tempo. É a mais jovem de todas!
Guerreira, feroz e por vezes
um excesso. Excesso de tudo: amor, apego, proteção, orgulho.
De todas é a mais
desmedida. A que sem dúvida não encontrou o tom, a medida.
Ainda não sabe ser no
mundo, e talvez jamais saberá. Sofre se presa e piora se liberta.
Nasceu paradoxal e essa é
sua verdadeira natureza.
Essa mulher é fogo. Um
fogo que aquece mas pode queimar. Um elemento masculino, numa função feminina.
Um hibrido de criador e criatura, dançando numa mesma figura. : essa mulher é
mãe.
Meu desafio é
juntar as quatro numa mesma pessoa. Deixar a pipa voar, criar, testar o
universo das artes, ter novos desafios, mas que ela more num corpo com tônus,
forte e flexível para transitar nas quatro linhas com desenvoltura e elegância.
Preciso ser mãe: estar
presente, educar, amar e acolher. Participar. Quero ver de perto meus filhos
crescerem fortes e aptos para felicidade.
Quero continuar psicóloga
e estar junto daqueles que me deixam entrar
num terreno tão valioso quanto seu universo interno.
Quero enfim, juntar os 4 elementos e me sentir uma só!
Quero enfim, juntar os 4 elementos e me sentir uma só!
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