Acabo de assistir A VIDA DOS OUTROS, filme alemão de Florian Henckel. Simplesmente estarrecedor! Estamos na Alemanha oriental da década de 80, em plena Guerra fria. Um escritor idealista, um agente do serviço secreto, prestes a mudar radicalmente sua visão de mundo e um Ministro da Cultura sem escrúpulos que se apaixona pela namorada do escritor.
Vivemos isso, e foi ontem. Nossa ditadura era de direita, mas no filme fica claro que toda ditadura é igual. O medo é a moeda de troca de um regime totalitário, onde qualquer um é visto como potencial inimigo, até que se prove o contrário. Muitas vezes é tarde demais, o estrago já foi feito, e muitas vidas escoaram pelo ralo. Quem ousa pensar diferente é preso, torturado, morto, esmagado. Serve com exemplo para silenciar possíveis "rebeliões".
Enquanto escrevo, percebo que o quanto isso se encaixa a situação Norte Americana pós 11 de Setembro. Como um presidente como Bush consegue aprovação popular para invadir um país que não atacou, nem pediu ajuda alguma aos Estados Unidos. Qual artifício se não a propagação do medo e a possibilidade de haver um inimigo sempre a espreita possibilitaram tal invasão?
Eu acreditava no socialismo até o último fio de cabelo. Sempre fui idealista. Acreditava num mundo menos desigual, mais humano, menos individualista. Vendo o filme, me lembrei de mim, da nossa abertura poliítica, das diretas já, da morte do Tancredo e de toda bosta que veio depois. Lembro da alegria de votar pela primeira vez para Presidente da República. Lembro de como a faculdade era um celeiro de esperanças, como a discussão política invadia as salas de aula, como era bom pensar que o mundo seria um lugar melhor pra se viver.
Depois de todos os escandalos envolvendo o PT, a cara de pau covarde do Lula afirmando nada saber, dá um certo desespero, por que pelo menos naquela época a gente lutava pra ter voz ativa, por que por pior que fosse a ditadura nos acreditávamos piamente que quando a oposição tomasse o poder enfim teríamos um pais mais justo, teríamos a tão famosa reforma agrária, teríamos um pouquinho de igualdade social.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
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8 comentários:
Moniquete, vc melhorou mesmo amiga? Adorei a notícia que agora tenho a oportunidade de saber constantemente o que esta sua mente agitada está maquinando sobre o ser humano e o mundo!!! Teu blog vai pra minha barra de favoritos ;))))
Beijos!!!
Carol
Mônica,
eu assisti a esse filme maravilhoso no ano passado e o que me marcou foi a "contrução da solidariedade". O olhar (e a vida)do agente foi se modificando à medida em que ele conhecia, entendia e respeitava a vida do escritor. Dessa forma, tornou-se impossível denunciar o escritor e suas verdades. É com essa solidariedade que eu acredito e espero contar para atravessar este nosso tempo político sombrio e cheio de desilusão.
Bj
Paula
Monica,
vi o filme em Dresden, na antiga Alemanha Oriental, e claro, fiquei tocadíssima. Muitas pessoas morreram, foram torturadas, foram separadas de seus familiares por um problema que... de repente acabou. O mesmo acontece em todas as ditaduras - delcaradas ou não. E fica em nós a dúvida: lutar para mudar ou simplesmente esperar o tempo passar?
beijos, Flávia
Flavia, esse era filme pra assistir ao seu lado, depois tomar um vinhozinho e debater até o sol raiar.
Mas esse blog nasceu da emoção que ele me causou e que não tinha com quem dividir pois já eram 2 da manhã.
Tô esperando o livro autografado, hein!
Esse filme talvez traduza bem a idéia do "Humano possível". Um homem totalmente absorvido por um sistema político esmagador, se apaixona por uma vida alheia a ponto de modificar o sentimento maior que o movimenta e oferece sua própria existência e tudo em que sempre acreditou em troca da liberdade do artista. Acima de qualquer coisa precisamos de seres humanos legais para ir adiante. O filme foi aplaudido de pé ao final (muito especial).
bj
dani
ai vai meu primeiro comentario... ééééé..... bom, tenho um defeito que as vezes ate penso ser uma virtude, a falta de paciencia pra "politica". Mas nao tenho dúvida que a postagem vai alem da politica e passa por uma questao de ideal humano. Acredito no amor e na sua capacidade de "contaminação". Ponto.
OLÁ DEI UMA PASSADINHA POR AQUI ATRAS DE LENDAS E MITOS SOBRE SAPOS PARA UM TRABALHOS ACADEMICO DE BIOLOGIA. CONFESSO QUE NÃO ACHEI MUITA COISA SOBRE O SAPO QUE ME AJUDA-SE, MAS ADOREI OS TEXTOS DO SEU BLOGGG.. ESQUECI ATÉ O QUE ESTAVA FAZENDO E PAREI PRA LER...... BJOS
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