sábado, 8 de novembro de 2008

O que você queria ser, quando cresceu?

Peguei emprestado esse Texto da Red, uma amiga blogueira, que tá mandando muito bem.

Há algum tempo atrás, não vou dizer a década para não dedurar a minha dade, uma belíssima Top Model fez uma declaração interessantíssima. “Não saio da cama para trabalhar por menos de U$10 mil dólares”. Privilégio raro das muito belas, muito loiras e muito tops, principalmente naquela época.
Tenho pensado bastante ultimamente sobre o que me faz sair da cama todas as manhãs para trabalhar. Passo a maior parte da minha vida longe daqueles que realmente amo, fazendo coisas que não são a minha verdadeira paixão na vida. Meu cérebro sofre, meu corpo adoece, e eu ainda estou muito longe de me aposentar e passar o dia infernizando meus filhos e mimando netos.
A grande pergunta que me faço todos os dias é: Se eu pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
É uma crueldade pedir a um adolescente de 17 anos que saiba o que quer fazer pelo resto da sua vida. Escolher uma profissão, fazer 4, 5 anos de faculdade, tendo nenhuma maturidade, nenhuma vivência em nada é uma burrice. Todo mundo devia ser obrigado a ficar 1 ano viajando pelo mundo antes de investir em algo tão importante como uma carreira.
O que uma adolescente de 17 anos sabe quando escolhe fazer medicina?
- Escolhi fazer faculdade de medicina porque sempre gostei de biologia na escola, são as minhas maiores notas, odeio matemática, física e história. Além disso, gosto de ajudar as pessoas, acho super legal salvar vidas. Não decidi ainda se vou querer fazer cirurgia ou se vou investir mais em pesquisa, que é também um sonho. Já pensou? Descobrir a cura de alguma doença, tipo assim, AIDS, Câncer… Muito maneiro!
E se for uma adolescente mais sincera, ela poderia ainda completar:
- Cara, deve ser muito maneiro dar plantão. Adoro assistir Grey´s Anatomy, E.R… o George Clooney é um gato!
Aí ela dá o sangue, estuda pacas. Se o papai tiver grana, monta um consultório para ela ficar o dia inteiro enfiada lá esperando os pacientes caírem do céu. Rala para conseguir se associar a muitos planos de saúde que vão pagar uma miséria para ela por consulta. Mas fazer o que? Quem começa tem que fazer nome, praticar para ficar conhecido. Se o papai não puder dar o consultório, vai fazer concurso. O sonho de virar pesquisadora é trocado por um salário de funcionária pública, que é pouco mas é garantido. Com 4 ou 5 plantões na semana em hospitais diferentes ela consegue manter um bom padrão de vida. Pena que o George Clooney nunca apareceu por lá… Nem ao menos algo parecido com um Mc Dreamy para quebrar o galho.
Outro campeão na escolha dos adolescentes é a advocacia. Coincidência ou não, acho que são os temas prediletos dos seriados das tv´s a cabo. Na imaginação de quem ainda passa 50% do tempo pensando em sexo, se imaginar aos 30 usando terno e gravata, defendendo causas super interessantes em tribunais super populares, ser advogado é carta branca para comer qualquer mulher. E ainda por cima, para completar, é uma das carreiras mais fáceis de ingressar na faculdade. Faculdades de direito no Brasil se multiplicam como Gremmlins…
Aqui no Brasil, um adolescente tem que ter muito peito para escolher fazer música, teatro, dança… Tem que superar o preconceito dos pais e avós, que acham que qualquer profissão além de médico, advogado, dentista e engenheiro é coisa de maconheiro vagabundo. E tem que ralar o dobro para não ter que ouvir o “eu te disse que isso não dava dinheiro” de todo o time que torce contra. Engenheiro desempregado é consultor. Músico desempregado é vagabundo.
Mas até que ponto pesa a paixão, o dom, o verdadeiro talento no sucesso de uma vida profissional? O quanto essas coisas influenciam no resultado do que você faz no dia a dia? Será que Caetano Veloso ou Chico Buarque conseguiriam ser engenheiros tão bem sucedidos quanto foram como músicos, poetas, escritores? Ou Fernanda Montenegro como dentista? Sem tesão pelo que você faz todos os dias, a maior parte da sua vida, até onde você consegue ir? Por quanto tempo consegue suportar? Acho que os fabricantes de Prozac devem ter ótimas estatísticas sobre o assunto…
Aos 35 eu ainda não sei responder o que faria se tivesse a máquina do tempo nas mãos. Se trocaria a certeza e segurança pelo risco, pela aventura. Mas acreditaria mais em mim…
E ainda tem mais… o que é sucesso pra você? Quem está aí medindo isso?
Mas esse é papo é longo e vai ficar para um próximo post…

Blog dela é http://blogs.abril.com.br/procurandoorgasmos

5 comentários:

Anônimo disse...

belíssimo tema. Eu tenho uma puta crise em relação aisso. me fez pensar...
obrigado bjs

Anônimo disse...

Eu tô com 32 e te digo se pudesse voltar no tempo escolheria ser outra coisa. detesto minha profissão e acho que escolher o que vc vai ser aos 17 anos é uma imbecilidade. bjs

Anônimo disse...

Eu não faço a mínima idéia do que seria se não fosse psicóloga!
Bom, eu tive que peitar pra não ter que ir estudar contabilidade, né!
Mas só de saber que profissão que eu escolhi já se vê que eu não passaria nem do primeiro período de ciências contábeis! kkk!
Onde já se viu psicólogas gostarem de numeros!
Também acho muito precoce isso de ter que escolher o que vai fazer pelo resto da vida aos 17 anos! Eu não consegui seguir essa regra também!
Fui pra faculdade com 27 anos e me formei com 31! E estou muito satisfeita, pois a maturidade de proporcionou momentos que se eu estivesse lá com 18 eu não teria!
Com 18 anos eu não sentia ainda aquilo que todo mundo fala de estudar pra ser alguém na vida! Ora! Eu já era alguém! Só não era alguém com uma profissão, mas eu já era eu!
Continuo durinha da silva! Mas amo o que faço e tenho orgulho da minha profissão!
beijocas

Anônimo disse...

Fernanda Montenegro como dentista é sensacional!vc tem toda razão temos que seguir o instinto

Anônimo disse...

Amiga, hj em dia devido a todas as dificuldades, muita concorrêcia, seleção natural, muitas vezes a profissão que escolhe o sujeito. Acho que os pais devem ajudar o adolescente a conhecer seus pontos fortes, fracos, suas aptidões. Bjus Flavinha