Fantasiar é fundamental, pelo menos pra mim. Na astrologia o planeta que representa o amor erótico é o mesmo que representa a fantasia, indicando que não existe paixão sem imaginação. Faz sentido, pois a paixão é um tanto o ser amado e um tantão de projeção. É quase sempre tela em branco, projeção dos nossos desejos.
Vamos pintando o outro ajustando à imagem daquilo que queremos ver. A paixão é quase um photoshop da realidade, nela vivemos o que queremos, com quem queremos. A paixão filtra os defeitos e apaga as imperfeições.
O desafio é trazer prá relação, depois que a paixão se aquietou, que o frio na barriga deu lugar para o morno, aconchegante e às vezes tedioso sentimento de estabilidade, esse sentimento que esquenta a alma e amolece o corpo.
Acredito que se conseguirmos formar um bom repertório de fantasias é só “puxar o arquivo” quando for necessário. Quando a relação começa a desbotar, ler os contos eróticos da Anais Nin pode ser de grande ajuda. Ela colore como ninguém corpos, suores e sentimentos.
Às vezes o bacana é compartilhar a fantasia, falar para o parceiro as loucuras que passam pela cabeça. É preciso criar um espaço para que isso aconteça, caso contrário o outro pode levar um susto e o tiro sair pela culatra. Ao invés de esquentar a relação o outro pode “panicar”, e se distanciar.É preciso sentir-se cúmplice na fantasia, se não como será ouvir que foi gostoso imaginar que havia alguém olhando, ou até participando?
Fantasia transformada em realidade pode ser extremamente nociva para a relação. Uma menina que realiza a fantasia de seu namorado de vê-la beijando outra menina, pode estar correndo vários riscos. De gostar de beijar meninas, de curtir o lance a 3 mais do que a 2, de pirar na sua própria identidade sexual, de ter um namorado loucamente ciumento na sua cola e por aí vai.Mas, viver é correr riscos não é mesmo? Não dá pra se jogar no precipício sem espírito de aventura!
Conheço o caso de uma moça que resolveu explorar as fantasias da sua relação. Colocou a roupa mais sexy e atrevida que tinha e foi pro calçadão de Copa esperar o marido passar.Ela ia ser a puta dele naquela noite. Em fantasia era sensacional, mas na real, quase levou porrada de travesti, pois desavisada foi parar no ponto errado!
Gosto de pensar que fantasia é fantasia, e que isso é o bastante, já aquece a alma e alimenta o componente erótico da relação. Se for compartilhada melhor ainda, pois entre quatro paredes vale tudo.
Anais Nin tem uma frase maravilhosa que fala: “a vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo”. Fantasiar é da nossa natureza, compartilhar é um delicioso ato de coragem e transformá-las em realidade não é para desavisados!
quinta-feira, 29 de maio de 2008
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Plural Masculino
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Sei que hoje serei apedrejada por algumas mulheres e odiada por outras. Serão raras aquelas que me darão razão. Mas vou correr o risco!
É com certa freqüência que escuto dentro e fora do consultório a reclamação de como os homens são egoístas. A definição de egoísmo é a de ele só faz o que quer! As frases mais corriqueiras são: “ ele é muito egoísta, sai do trabalho, vai beber chope com os amigos e eu fico que nem uma idiota em casa esperando!” ou “hoje é dia daquele maldito futebol, o pior é que depois tem BG!”ou, “O Bracarense é a segunda casa dele! Eu queria botar uma bomba naquele lugar!”
Bom, a reclamação sempre gira em torno do homem ter uma atividade que não inclui sua parceira e pior, que lhe dá um puta prazer sem que ela esteja .Fato é que o homem consegue fazer planos pensando no singular, ao contrário de suas parceiras que parecem sempre pensar no plural.
Agora, a pergunta que não quer calar: egoísta é aquele que faz o que quer, ou é aquele que quer que o outro faça o que ele quer? Ou melhor, egoísta é aquele que está em dia com o seu desejo, aquele que faz valer sua vontade? Ou o que deixa de fazer o que quer para que o outro também ceda?
Eu fui vítima desse comportamento contaminado durante anos. Ainda arde na memória um dia, em terapia, que eu reclamava como me sentia abandonada por ele chegar em casa feliz da vida depois de uma pelada emendada num chopinho. Isso me deixava louca e lá ia eu gastar meu tempo de terapia reclamando do egoísmo do meu namorado que não me dava um único telefonema enquanto o jogo rolava.
Meu terapeuta, um ser deste outro sexo, mandou então na lata: Mônica, o que você têm é inveja! Tá é morrendo de inveja dele! Dei uma risada de raiva e retruquei que jamais sentiria inveja de ficar que nem uma babaca correndo atrás de uma bola e depois ficar horas desfiando sobre o tema, estilo melhores momentos!
Foi então que me dei conta que sentia uma mega irritação no fato dele se divertir tanto sem mim. E que não havia na minha vida, pelo menos naquele momento nada que me preenchesse tanto assim. Estava sim com inveja! E não adiantava, pelo menos pra mim, fazer aquela cena que muitas mulheres fazem de reunir as amigas numa mesa de bar enquanto os namorados jogam ou assistem um jogo. Sempre tive horror de reger minha vida em função de alguém, e se quisesse sair com as meninas, que fosse para estar com elas e não para ocupar o tempo sem meu homem!
Fui percebendo ao atender mulheres e homens, que nós mulheres não temos essa alma grupo, a não ser na adolescência, claro! Não sentimos esse prazer de viver em bando, jogar uma boa pelada, e tirando raríssimas exceções, nunca conheci uma mulher que se mandasse para Buenos Aires para ver o Fluminense jogar.
Meus pacientes homens chegam a desmarcar terapia em dia de jogo. Quando não é futebol, é uma banda ou a galera do bar. Conheço figuras deliciosas que pertencem a uma confraria butequeira, com direito a camiseta com nome de seus membros.
Muitas mulheres querem ser a prioridade na vida de seus homens, querem ser suas musas, caso contrário sentem-se ameaçadas e assim o amor esfria.Porém, perceber que os homens distribuem suas paixões ao invés de concentrar tudo numa relação é um ensinamento que o sexo oposto nos dá de graça. Eu só consegui entender isso quando me apaixonei pela psicologia clínica. Trocar com um paciente que me permite entrar de verdade em seu mundo não tem preço. Interagir, descobrir novas possibilidades de comportamento, ser companheira de viagem nessa busca pela felicidade é presenciar um maravilhoso milagre humano.
Meu tesão é o ser humano e todas as possibilidades que temos e muitas vezes não aproveitamos. Aprendi com meus namorados, meu terapeuta e principalmente com meus pacientes, a distribuir minhas paixões. Hoje saio encantada de algumas sessões, extasiada da prática de yoga e me vejo tendo paixonites pelos meus amigos.
Ter várias fontes de prazer é sem dúvida um bom antídoto para o tédio e para frustração.
Meninas, fica aqui minha sugestão: ao invés de brigar, vamos aprender com eles!
É com certa freqüência que escuto dentro e fora do consultório a reclamação de como os homens são egoístas. A definição de egoísmo é a de ele só faz o que quer! As frases mais corriqueiras são: “ ele é muito egoísta, sai do trabalho, vai beber chope com os amigos e eu fico que nem uma idiota em casa esperando!” ou “hoje é dia daquele maldito futebol, o pior é que depois tem BG!”ou, “O Bracarense é a segunda casa dele! Eu queria botar uma bomba naquele lugar!”
Bom, a reclamação sempre gira em torno do homem ter uma atividade que não inclui sua parceira e pior, que lhe dá um puta prazer sem que ela esteja .Fato é que o homem consegue fazer planos pensando no singular, ao contrário de suas parceiras que parecem sempre pensar no plural.
Agora, a pergunta que não quer calar: egoísta é aquele que faz o que quer, ou é aquele que quer que o outro faça o que ele quer? Ou melhor, egoísta é aquele que está em dia com o seu desejo, aquele que faz valer sua vontade? Ou o que deixa de fazer o que quer para que o outro também ceda?
Eu fui vítima desse comportamento contaminado durante anos. Ainda arde na memória um dia, em terapia, que eu reclamava como me sentia abandonada por ele chegar em casa feliz da vida depois de uma pelada emendada num chopinho. Isso me deixava louca e lá ia eu gastar meu tempo de terapia reclamando do egoísmo do meu namorado que não me dava um único telefonema enquanto o jogo rolava.
Meu terapeuta, um ser deste outro sexo, mandou então na lata: Mônica, o que você têm é inveja! Tá é morrendo de inveja dele! Dei uma risada de raiva e retruquei que jamais sentiria inveja de ficar que nem uma babaca correndo atrás de uma bola e depois ficar horas desfiando sobre o tema, estilo melhores momentos!
Foi então que me dei conta que sentia uma mega irritação no fato dele se divertir tanto sem mim. E que não havia na minha vida, pelo menos naquele momento nada que me preenchesse tanto assim. Estava sim com inveja! E não adiantava, pelo menos pra mim, fazer aquela cena que muitas mulheres fazem de reunir as amigas numa mesa de bar enquanto os namorados jogam ou assistem um jogo. Sempre tive horror de reger minha vida em função de alguém, e se quisesse sair com as meninas, que fosse para estar com elas e não para ocupar o tempo sem meu homem!
Fui percebendo ao atender mulheres e homens, que nós mulheres não temos essa alma grupo, a não ser na adolescência, claro! Não sentimos esse prazer de viver em bando, jogar uma boa pelada, e tirando raríssimas exceções, nunca conheci uma mulher que se mandasse para Buenos Aires para ver o Fluminense jogar.
Meus pacientes homens chegam a desmarcar terapia em dia de jogo. Quando não é futebol, é uma banda ou a galera do bar. Conheço figuras deliciosas que pertencem a uma confraria butequeira, com direito a camiseta com nome de seus membros.
Muitas mulheres querem ser a prioridade na vida de seus homens, querem ser suas musas, caso contrário sentem-se ameaçadas e assim o amor esfria.Porém, perceber que os homens distribuem suas paixões ao invés de concentrar tudo numa relação é um ensinamento que o sexo oposto nos dá de graça. Eu só consegui entender isso quando me apaixonei pela psicologia clínica. Trocar com um paciente que me permite entrar de verdade em seu mundo não tem preço. Interagir, descobrir novas possibilidades de comportamento, ser companheira de viagem nessa busca pela felicidade é presenciar um maravilhoso milagre humano.
Meu tesão é o ser humano e todas as possibilidades que temos e muitas vezes não aproveitamos. Aprendi com meus namorados, meu terapeuta e principalmente com meus pacientes, a distribuir minhas paixões. Hoje saio encantada de algumas sessões, extasiada da prática de yoga e me vejo tendo paixonites pelos meus amigos.
Ter várias fontes de prazer é sem dúvida um bom antídoto para o tédio e para frustração.
Meninas, fica aqui minha sugestão: ao invés de brigar, vamos aprender com eles!
quinta-feira, 22 de maio de 2008
As 4 Deusas do Olimpo
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N a Grécia Antiga existia um Deus pra cada assunto, assim ,nós humanos podíamos recorrer aos céus por departamentos. Quando o assunto era casamento Hera, esposa de Zeus era o pedido certo. Sempre atrás do marido infiel, punindo suas amantes ela era a protetora de todas as uniões legítimas. Para alimentar a vaidade e seduzir o ser amado, era só ir ao templo de Vênus dar uma bajulada na deusa da beleza! Se o assunto era ter ou criar seus filhos a melhor pedida era Demeter, deusa da terra que desce até o inferno a procura de sua filha que havia sido raptado por Plutão.
No caso profissional, o templo era de Palas Atena ! A Guerreira filha de Zeus privilegiava a astúcia e a inteligência acima de tudo. Era a melhor pedida para abrir seus caminhos profissionais.
Hoje a mulher que se dedica exclusivamente a um só departamento está com seus dias de crise existencial acertados. Aquela que só investe num corpinho louco, terá o tempo agindo contra ela, entrará em crise profunda com a chegada dos 40 e na menopausa cortará os pulsos! A super mãe, que joga toda libido nos filhos, ficará em pânico assim que eles entrarem na adolescência, e cairá em depressão quando ouvir de seus anjinhos que é o maior mico chegar na escola ao lado dela.
Ah, super profissional! Aquela que não tem tempo pra mais nada além do trabalho, dentro do seu terninho de marca com sua imagem de mulher independente, bem resolvida e realizada. Com quem ela passará o natal e um domingo chuvoso? Ela entrará em colapso ao ser chamada de tia, devorará caixas e caixas de bombom no dia dos namorados e talvez chegue a babar olhando um beijo no cinema.
Aquela que também dedicou sua energia ao homem de sua vida, fazendo seus horários em função dele, vivendo uma vida de gueixa sem se arriscar a olhar para sim mesma, pode virar um peso morto na relação e levar um pé na bunda depois de tanto se dedicar.
Hoje, o que eu percebo em mim e nas mulheres que me cercam é uma necessidade louca de jogar nas quatro posições. Acender uma vela pra cada deusa e gritar por socorro: Oh Hera dá uma força aqui no meu casamento, me ajuda a torná-lo sólido e quente. Oh Afrodite me ajude a esculpir esse corpinho que já dá sinais de cansaço. Demeter me dá paciência e amor pra que eu saiba ser uma mãe suficientemente boa, e por fim, Atena abra meus caminhos para que eu ganhe bem, não fique na aba do meu marido, tenha grana para pagar terapia, e tudo que a tecnologia inventou pra levantar esse corpitcho.
Eu faço o tipo equilibrista, aquela que quer jogar em todas as posições. Quero ser uma super profissional, e para isso invisto emocionalmente na relação com meus pacientes, faço cursos , repasso as sessões mentalmente enquanto tomo banho, janto, mexo nas plantas. Quero ser uma boa mãe, estar presente na vida da minha filha, colorir mandalas com ela, ficar atenta ao que ela come no dia a dia. Ler histórias antes dela dormir. Quero ser boa namorada para meu marido, ter vontade de dar beijo na boca, ficar agarrado no escurinho do cinema, fazer o Kama Sutra 2 vezes por semana!
Por fim, não menos importante, preciso estar em dia com meu corpo, caber nas minhas roupas, vestir um biquíni sem me sentir um dragão de Komodo.Confesso, fico exausta só de pensar! Um desses caldos há de entornar. É preciso fazer escolhas, o dia só tem 24 horas. É humanamente impossível ocupar as 4 posições ao mesmo tempo. Bom, vou correndo comprar mais vela, não sou louca de deixar nehuma deusa insatisfeita!
No caso profissional, o templo era de Palas Atena ! A Guerreira filha de Zeus privilegiava a astúcia e a inteligência acima de tudo. Era a melhor pedida para abrir seus caminhos profissionais.
Hoje a mulher que se dedica exclusivamente a um só departamento está com seus dias de crise existencial acertados. Aquela que só investe num corpinho louco, terá o tempo agindo contra ela, entrará em crise profunda com a chegada dos 40 e na menopausa cortará os pulsos! A super mãe, que joga toda libido nos filhos, ficará em pânico assim que eles entrarem na adolescência, e cairá em depressão quando ouvir de seus anjinhos que é o maior mico chegar na escola ao lado dela.
Ah, super profissional! Aquela que não tem tempo pra mais nada além do trabalho, dentro do seu terninho de marca com sua imagem de mulher independente, bem resolvida e realizada. Com quem ela passará o natal e um domingo chuvoso? Ela entrará em colapso ao ser chamada de tia, devorará caixas e caixas de bombom no dia dos namorados e talvez chegue a babar olhando um beijo no cinema.
Aquela que também dedicou sua energia ao homem de sua vida, fazendo seus horários em função dele, vivendo uma vida de gueixa sem se arriscar a olhar para sim mesma, pode virar um peso morto na relação e levar um pé na bunda depois de tanto se dedicar.
Hoje, o que eu percebo em mim e nas mulheres que me cercam é uma necessidade louca de jogar nas quatro posições. Acender uma vela pra cada deusa e gritar por socorro: Oh Hera dá uma força aqui no meu casamento, me ajuda a torná-lo sólido e quente. Oh Afrodite me ajude a esculpir esse corpinho que já dá sinais de cansaço. Demeter me dá paciência e amor pra que eu saiba ser uma mãe suficientemente boa, e por fim, Atena abra meus caminhos para que eu ganhe bem, não fique na aba do meu marido, tenha grana para pagar terapia, e tudo que a tecnologia inventou pra levantar esse corpitcho.
Eu faço o tipo equilibrista, aquela que quer jogar em todas as posições. Quero ser uma super profissional, e para isso invisto emocionalmente na relação com meus pacientes, faço cursos , repasso as sessões mentalmente enquanto tomo banho, janto, mexo nas plantas. Quero ser uma boa mãe, estar presente na vida da minha filha, colorir mandalas com ela, ficar atenta ao que ela come no dia a dia. Ler histórias antes dela dormir. Quero ser boa namorada para meu marido, ter vontade de dar beijo na boca, ficar agarrado no escurinho do cinema, fazer o Kama Sutra 2 vezes por semana!
Por fim, não menos importante, preciso estar em dia com meu corpo, caber nas minhas roupas, vestir um biquíni sem me sentir um dragão de Komodo.Confesso, fico exausta só de pensar! Um desses caldos há de entornar. É preciso fazer escolhas, o dia só tem 24 horas. É humanamente impossível ocupar as 4 posições ao mesmo tempo. Bom, vou correndo comprar mais vela, não sou louca de deixar nehuma deusa insatisfeita!
terça-feira, 20 de maio de 2008
Sapos e Princesas
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Só consegui ser feliz quando desencanei dessa história de príncipe encantado.
Quando me formei em psicologia minha monografia era uma tentativa tosca de entender o desejo feminino, muita audácia minha tentar responder uma questão que nem o Freud havia conseguido: o que quer uma mulher?
Na tentativa de elaborar meu próprio desejo, saí em campo com uma câmera na mão a procura de mulheres de classe média que me ajudassem a entender o que uma mulher por volta dos 30 anos está buscando.
Foi sensacional! Ao falarem da vida afetiva não se davam conta de que estavam buscando o homem idealizado. Se estavam solteiras era por que não havia pintado o cara certo ainda. E lógico o cara certo tinha todo um perfil, uma descrição, um ideal. Todas eram unânimes em dizer que não acreditavam mais em príncipe encantado, mas isso não era inteiramente verdade. É mais ou menos como dizer que não acredita em papai Noel, mas continuar colocando a meia na lareira, quem sabe se assim ele aparece!
Eu mesma me encaixava neste perfil. Era super emancipada, moderninha, independente, mas lá no fundo acreditava que uma paixão aterradora fosse cruzar meu caminho, e teria certeza naquele momento que o homem da minha vida havia enfim resolvido aparecer.
Seria um encontro mágico, olho no olho, um beijo incrível, e lógico aquela certeza irreparável de que nada no mundo me completaria mais. Assim alguns homens passaram pela minha vida. Alguns com intensidade demais, outros com pegada de menos, mas a perfeição, não. Se pudesse fazer um Frankenstein de todos eles aí sim teria um homem ideal!
Até que um dia aconteceu uma coisa muito curiosa. Eu já namorava fazia tempo mas reservava minhas fantasias a rostos desconhecidos, a personagens Mel gipsinianos, até que o rosto do meu namorado começou a ocupar minhas fantasias. Achei que era fase, que ia passar, mas não passou, então me casei com ele.
Só então percebi que quem transforma sapo em príncipe é princesa e eu definitivamente não tinha a menor vocação para fazer donzela em a puros!
Quando me formei em psicologia minha monografia era uma tentativa tosca de entender o desejo feminino, muita audácia minha tentar responder uma questão que nem o Freud havia conseguido: o que quer uma mulher?
Na tentativa de elaborar meu próprio desejo, saí em campo com uma câmera na mão a procura de mulheres de classe média que me ajudassem a entender o que uma mulher por volta dos 30 anos está buscando.
Foi sensacional! Ao falarem da vida afetiva não se davam conta de que estavam buscando o homem idealizado. Se estavam solteiras era por que não havia pintado o cara certo ainda. E lógico o cara certo tinha todo um perfil, uma descrição, um ideal. Todas eram unânimes em dizer que não acreditavam mais em príncipe encantado, mas isso não era inteiramente verdade. É mais ou menos como dizer que não acredita em papai Noel, mas continuar colocando a meia na lareira, quem sabe se assim ele aparece!
Eu mesma me encaixava neste perfil. Era super emancipada, moderninha, independente, mas lá no fundo acreditava que uma paixão aterradora fosse cruzar meu caminho, e teria certeza naquele momento que o homem da minha vida havia enfim resolvido aparecer.
Seria um encontro mágico, olho no olho, um beijo incrível, e lógico aquela certeza irreparável de que nada no mundo me completaria mais. Assim alguns homens passaram pela minha vida. Alguns com intensidade demais, outros com pegada de menos, mas a perfeição, não. Se pudesse fazer um Frankenstein de todos eles aí sim teria um homem ideal!
Até que um dia aconteceu uma coisa muito curiosa. Eu já namorava fazia tempo mas reservava minhas fantasias a rostos desconhecidos, a personagens Mel gipsinianos, até que o rosto do meu namorado começou a ocupar minhas fantasias. Achei que era fase, que ia passar, mas não passou, então me casei com ele.
Só então percebi que quem transforma sapo em príncipe é princesa e eu definitivamente não tinha a menor vocação para fazer donzela em a puros!
domingo, 18 de maio de 2008
vida de casal
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Algumas idéias sobre casamento: case mas continue com a cabeça de uma mulher solteira. Não estou pedindo que você se imagine como uma solteira, mas aja com tal, ou seja, não descanse sobre os louros de sua conquista.
O que ganhamos com o casamento é a tão cobiçada estabilidade. Não há nada mais anti erótico do que a estabilidade.Amantes, namorados, não são estáveis, muito pelo contrário. O casamento parece que nos encerra no “ e viveram felizes para sempre”, a idéia de casamento parece embutir um fim, uma linha de chegada. Enfim encontrei alguém com que queira construir um lar, formar uma família ou para aqueles que não querem crianças simplesmente envelhecer juntos. Isso tudo é lindo, mas vazio de tensão e sem tensão não há tesão.
Como ter tesão naquele ser que estará na sua cama todo dia, muitas vezes ou sempre roncando ao seu lado? Estando ou não a fim de trocar uma idéia, você encontrará com ele todas as noites, 7 vezes por semana, tá lá no juramento que vocês fizeram lembra? “ na saúde ou na doença até que a morte os separe.”
A loucura é que impreterivelmente a morte chega para os casais. Aqueles que matam suas individualidades vêem a morte do casamento chegar bem cedo. Não há nada mais pesado do que o pacto do “a gente”. Eu deixo de um e passo a ser uma entidade casal. Não tenho mais liberdade de escolha, me privo de ver meus amigos em nome de nós dois. Em nome da posse, da falsa sensação de controle.
Muitas vezes essa escolha é fruto de um jogo neurótico. Tive uma paciente linda de 30 e poucos anos casada há 8 com 2 filhos. Antes de casar era atlética e independente. No consultório reclamava de como seu marido era egoísta, pois trabalhava até tarde e era incapaz de avisá-la que iria se atrasar para o jantar, quando não emendava o trabalho na academia. Ele tinha um futebol que não abria mão toda quinta, mas isso ela já se acostumara.
Ela reclamava de seu dia-a-dia, de que virara motorista dos filhos e não sobrava tempo para ela. Perguntei-lhe o que a impedia de fazer coisas para si e a resposta foi surpreendente: “ aí ele vai achar que pode fazer o que quer!” Eu devolvi: “que raio de pacto é esse? Então eu não faço o que quero para que você não faça o que quer.” O pior é que o marido já fazia tudo que queria, ele sim manteve sua individualidade, mesmo estando casado.
Essa história de vou fazer isso por você, ou, não vou pela gente, é muito perigosa. Quem acaba pagando essa conta é a própria relação. Você faz sacrifícios mas exige na mesma moeda, sem perceber vamos instaurando um sistema de troca nas nossas relações, e para garantir que seremos amadas pelo o resto da vida e mais um ano, somos capazes de qualquer coisa. Aí que mora o perigo, se você for sincera com você mesma, verá que não há garantias, nada pode realmente garantir que esse cara te ame pra sempre, assim como nada garantirá que você o adore para todo sempre. Você pode enjoar da cara dele, do cheiro dele, da forma como ele se enrosca para dormir. Então já está convencida de que essa tal de estabilidade, não lhe oferece garantias futuras?
Ok , se você se perceber como uma mulher solteira, por que afinal de contas mulher casada não é morta, você verá no seu marido um homem e não um marido. Isso parece pouco mas na verdade é o x da questão.
Muitas pacientes minhas falam como dá preguiça fazer sexo depois que se casam. “ eu até gosto, mas dá a maior preguiça de começar né?” “ acordar com aquele pau duro encostando em mim é inacreditável mas se ele começar, depois eu até gosto”
Lógico não há mais mistério algum, aquele pau estará ali ela querendo ou não. Se for uma mulher afortunada não precisará fazer muita coisa para que ele esteja duro como uma pedra pronto para ser usado. Mas muitas mulheres vivem culpadas por isso, como se sempre estivessem em débito sexual para com seus parceiros.
Se você conseguir enxergar o homem por trás do marido, pode ser que seu tesão por ele venha imediatamente. Há um ótimo exercício para isso. Mande um torpedo para ele dizendo a hora e local para um encontro, um chope , um happy hour, chegue antes, sente lá no fundo. Observe-o de longe. Azare seu marido.
Lembre-se você estará sozinha numa mesa de bar então prepare-se para despachar com classe alguns possíveis pretendentes. A intenção aqui é que você resgate um pouco do flerte com seu amado e não que arrume uma briga no bar. O ciúme as vezes serve como uma pimenta na relação, mas a dose deve ser bem medida, caso contrário vira doença.
O que ganhamos com o casamento é a tão cobiçada estabilidade. Não há nada mais anti erótico do que a estabilidade.Amantes, namorados, não são estáveis, muito pelo contrário. O casamento parece que nos encerra no “ e viveram felizes para sempre”, a idéia de casamento parece embutir um fim, uma linha de chegada. Enfim encontrei alguém com que queira construir um lar, formar uma família ou para aqueles que não querem crianças simplesmente envelhecer juntos. Isso tudo é lindo, mas vazio de tensão e sem tensão não há tesão.
Como ter tesão naquele ser que estará na sua cama todo dia, muitas vezes ou sempre roncando ao seu lado? Estando ou não a fim de trocar uma idéia, você encontrará com ele todas as noites, 7 vezes por semana, tá lá no juramento que vocês fizeram lembra? “ na saúde ou na doença até que a morte os separe.”
A loucura é que impreterivelmente a morte chega para os casais. Aqueles que matam suas individualidades vêem a morte do casamento chegar bem cedo. Não há nada mais pesado do que o pacto do “a gente”. Eu deixo de um e passo a ser uma entidade casal. Não tenho mais liberdade de escolha, me privo de ver meus amigos em nome de nós dois. Em nome da posse, da falsa sensação de controle.
Muitas vezes essa escolha é fruto de um jogo neurótico. Tive uma paciente linda de 30 e poucos anos casada há 8 com 2 filhos. Antes de casar era atlética e independente. No consultório reclamava de como seu marido era egoísta, pois trabalhava até tarde e era incapaz de avisá-la que iria se atrasar para o jantar, quando não emendava o trabalho na academia. Ele tinha um futebol que não abria mão toda quinta, mas isso ela já se acostumara.
Ela reclamava de seu dia-a-dia, de que virara motorista dos filhos e não sobrava tempo para ela. Perguntei-lhe o que a impedia de fazer coisas para si e a resposta foi surpreendente: “ aí ele vai achar que pode fazer o que quer!” Eu devolvi: “que raio de pacto é esse? Então eu não faço o que quero para que você não faça o que quer.” O pior é que o marido já fazia tudo que queria, ele sim manteve sua individualidade, mesmo estando casado.
Essa história de vou fazer isso por você, ou, não vou pela gente, é muito perigosa. Quem acaba pagando essa conta é a própria relação. Você faz sacrifícios mas exige na mesma moeda, sem perceber vamos instaurando um sistema de troca nas nossas relações, e para garantir que seremos amadas pelo o resto da vida e mais um ano, somos capazes de qualquer coisa. Aí que mora o perigo, se você for sincera com você mesma, verá que não há garantias, nada pode realmente garantir que esse cara te ame pra sempre, assim como nada garantirá que você o adore para todo sempre. Você pode enjoar da cara dele, do cheiro dele, da forma como ele se enrosca para dormir. Então já está convencida de que essa tal de estabilidade, não lhe oferece garantias futuras?
Ok , se você se perceber como uma mulher solteira, por que afinal de contas mulher casada não é morta, você verá no seu marido um homem e não um marido. Isso parece pouco mas na verdade é o x da questão.
Muitas pacientes minhas falam como dá preguiça fazer sexo depois que se casam. “ eu até gosto, mas dá a maior preguiça de começar né?” “ acordar com aquele pau duro encostando em mim é inacreditável mas se ele começar, depois eu até gosto”
Lógico não há mais mistério algum, aquele pau estará ali ela querendo ou não. Se for uma mulher afortunada não precisará fazer muita coisa para que ele esteja duro como uma pedra pronto para ser usado. Mas muitas mulheres vivem culpadas por isso, como se sempre estivessem em débito sexual para com seus parceiros.
Se você conseguir enxergar o homem por trás do marido, pode ser que seu tesão por ele venha imediatamente. Há um ótimo exercício para isso. Mande um torpedo para ele dizendo a hora e local para um encontro, um chope , um happy hour, chegue antes, sente lá no fundo. Observe-o de longe. Azare seu marido.
Lembre-se você estará sozinha numa mesa de bar então prepare-se para despachar com classe alguns possíveis pretendentes. A intenção aqui é que você resgate um pouco do flerte com seu amado e não que arrume uma briga no bar. O ciúme as vezes serve como uma pimenta na relação, mas a dose deve ser bem medida, caso contrário vira doença.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
A vida dos outros
Acabo de assistir A VIDA DOS OUTROS, filme alemão de Florian Henckel. Simplesmente estarrecedor! Estamos na Alemanha oriental da década de 80, em plena Guerra fria. Um escritor idealista, um agente do serviço secreto, prestes a mudar radicalmente sua visão de mundo e um Ministro da Cultura sem escrúpulos que se apaixona pela namorada do escritor.
Vivemos isso, e foi ontem. Nossa ditadura era de direita, mas no filme fica claro que toda ditadura é igual. O medo é a moeda de troca de um regime totalitário, onde qualquer um é visto como potencial inimigo, até que se prove o contrário. Muitas vezes é tarde demais, o estrago já foi feito, e muitas vidas escoaram pelo ralo. Quem ousa pensar diferente é preso, torturado, morto, esmagado. Serve com exemplo para silenciar possíveis "rebeliões".
Enquanto escrevo, percebo que o quanto isso se encaixa a situação Norte Americana pós 11 de Setembro. Como um presidente como Bush consegue aprovação popular para invadir um país que não atacou, nem pediu ajuda alguma aos Estados Unidos. Qual artifício se não a propagação do medo e a possibilidade de haver um inimigo sempre a espreita possibilitaram tal invasão?
Eu acreditava no socialismo até o último fio de cabelo. Sempre fui idealista. Acreditava num mundo menos desigual, mais humano, menos individualista. Vendo o filme, me lembrei de mim, da nossa abertura poliítica, das diretas já, da morte do Tancredo e de toda bosta que veio depois. Lembro da alegria de votar pela primeira vez para Presidente da República. Lembro de como a faculdade era um celeiro de esperanças, como a discussão política invadia as salas de aula, como era bom pensar que o mundo seria um lugar melhor pra se viver.
Depois de todos os escandalos envolvendo o PT, a cara de pau covarde do Lula afirmando nada saber, dá um certo desespero, por que pelo menos naquela época a gente lutava pra ter voz ativa, por que por pior que fosse a ditadura nos acreditávamos piamente que quando a oposição tomasse o poder enfim teríamos um pais mais justo, teríamos a tão famosa reforma agrária, teríamos um pouquinho de igualdade social.
Vivemos isso, e foi ontem. Nossa ditadura era de direita, mas no filme fica claro que toda ditadura é igual. O medo é a moeda de troca de um regime totalitário, onde qualquer um é visto como potencial inimigo, até que se prove o contrário. Muitas vezes é tarde demais, o estrago já foi feito, e muitas vidas escoaram pelo ralo. Quem ousa pensar diferente é preso, torturado, morto, esmagado. Serve com exemplo para silenciar possíveis "rebeliões".
Enquanto escrevo, percebo que o quanto isso se encaixa a situação Norte Americana pós 11 de Setembro. Como um presidente como Bush consegue aprovação popular para invadir um país que não atacou, nem pediu ajuda alguma aos Estados Unidos. Qual artifício se não a propagação do medo e a possibilidade de haver um inimigo sempre a espreita possibilitaram tal invasão?
Eu acreditava no socialismo até o último fio de cabelo. Sempre fui idealista. Acreditava num mundo menos desigual, mais humano, menos individualista. Vendo o filme, me lembrei de mim, da nossa abertura poliítica, das diretas já, da morte do Tancredo e de toda bosta que veio depois. Lembro da alegria de votar pela primeira vez para Presidente da República. Lembro de como a faculdade era um celeiro de esperanças, como a discussão política invadia as salas de aula, como era bom pensar que o mundo seria um lugar melhor pra se viver.
Depois de todos os escandalos envolvendo o PT, a cara de pau covarde do Lula afirmando nada saber, dá um certo desespero, por que pelo menos naquela época a gente lutava pra ter voz ativa, por que por pior que fosse a ditadura nos acreditávamos piamente que quando a oposição tomasse o poder enfim teríamos um pais mais justo, teríamos a tão famosa reforma agrária, teríamos um pouquinho de igualdade social.
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