terça-feira, 30 de setembro de 2008

Festa de Casamento

Por: Macho de Respeito

Na semana passada um amigo se lamentava sobre a sua nova condição de solteiro: recém separado, mas resolvido emocionalmente, e, ao mesmo tempo chateado porque estava encontrando dificuldades de encontrar alguém para conhecer, namorar etc... O principal receio dele era porque se sentia “enferrujado” e não conhecia nenhuma mulher solteira, com exceção das amigas da ex, que por óbvio ele queria distância. No entanto, a principal queixa era porque não saberia como se aproximar de alguém, flertar, etc...Afinal, fora casado por cinco anos e antes havia namorado outros três e teria desaprendido a arte da paquera.

Expliquei que isso é mais do que normal, que no início damos uns tropeços, mas que com o tempo a retórica volta. Perguntei a ele se havia alguma festa de casamento à vista. Instantaneamente disse que teria um casamento na próxima semana, mas que achava que não iria, pois conhecia duas ou três pessoas que foram convidadas. No minuto seguinte, eu mesmo já havia ligado para o cerimonial confirmando a presença dele e a minha, por precaução.

Embora não goste da festa de casamento em si, acho todas iguais, mesma seqüência musical, havaianas no final, etc...Sou capaz de mover montanhas por um amigo necessitado. Resolvi por em prática a minha teoria sobre festas de casamento: é a oportunidade mais fácil para flertar e se dar bem com mulheres.

Em primeiro lugar a atmosfera de uma festa de casamento é propícia: é uma festa tradicional, com pessoas jovens, idosos, maduros e crianças. O ambiente é acima de tudo familiar, cuidadosamente decorado e com flores por todos os lados. Ou seja, não lembra nada aquele inferninho escuro, enfumaçado e lotado das festas triviais. A trilha sonora é bem eclética: inicia com um Frank Sinatra, passa-se pelos flash back para um bom tempo nas músicas comerciais e depois de várias taças de champagne as madrinhas já estão dançando um funk proibidão até o chão. Em terceiro lugar, as mulheres geralmente estão no seu melhor momento: arrumadérrimas, com os cabelos escovados e/ou penteados em um desses salões de Ipanema, unhas feitas no dia e as mais espertas fazem até depilação. Algumas até fecham a boca na semana da festa. Não menos importante é o vestido, cuidadosamente escolhido para que alguém presente no casório jamais tenha visto anteriormente.

É justamente na festa de casamento que as mulheres ganham um up grade: as feias ficam ajeitadinhas; as normais viram uma boa opção e as bonitas tornam-se ótimas. Para criar coragem, bebida à vontade e a qualquer hora, sem ter a necessidade de se espremer em algum canto do bar.

Para os valetes fica aí um registro: o terno é azul, cinza escuro ou preto. Nada de bege, marrom, verde etc... A gravata desde que não seja dos Loney Tunes ou da Disney não fará feio ao compor a roupa. Não custa também alertar que não há nada mais desproposital do que aquele sujeito que mal chega na festa e já vai tirando a gravata, abrindo dois botões da camisa e arregaçando as mangas.
Voltando a teoria, o principal argumento para defender a minha tese é que a festa de casamento passa a falsa idéia de que os homens presentes são sérios e estão buscando um compromisso só porque estão de terno e gravata. E finalmente, aquele cara que você nunca viu antes e que demonstrou algum interesse é certamente amigo ou parente do noivo ou da noiva que por sua vez é próximo de você. Ou seja, as referências podem ser solicitadas facilmente.

Concordando ou não com a minha teoria, só existe um tipo de mulher que não se deve dar trela em um casamento: aquela famigerada que coloca as mãos para o alto igual a uma dançarina de axé se postando na frente de todas para pegar o buquê da noiva. Essa desesperada chega ao ponto de se jogar no chão para mostrar a todos o seu objeto de desejo e na maioria das vezes o que sobra é apenas um leve vestígio do que já foi um buquê. E o preço disso? A certeza de sair no DVD do casório como o destaque negativo da festa.

MDR

sábado, 27 de setembro de 2008

Cada um no seu Quadrado.

Bizarro e maravilhoso o vídeo Cada um no seu Quadrado, um dos mais vistos do Youtube.
Eu sou uma adepta dessa filosofia: cada macaco no seu galho, ou cada um no seu quadrado.
Você faz a performance que quiser sem invadir o espaço alheio.
A filosofia do quadrado é totalmente territorial e abraça a idéia de que minha liberdade termina onde começa a tua. Regra fundamental da boa convivência. Se cada um respeitasse os limites que cerceiam a liberdade individual seríamos mais felizes.
Pensa bem: Matrix no seu quadrado, matrix no seu quadrado... Você pode viajar o quanto quiser, mas não engloba o outro na fantasia, só assim não cobra depois.
Saci no seu quadrado, saci no seu quadrado. Cada um se vira no saci o quanto pode, só não vale contar com a perna do vizinho.

A idéia de ter o limite do outro como fronteira para minha atuação, representa que preciso estar atenta aos meus limites, minhas carências e minhas expectativas, por que pular pro quadrado alheio é fácil e atraente. Culpar o outro por que ele não atende minhas expectativas, por que não atendeu ao telefone, por que não estava disponível pra mim na hora que eu queria, é invadir o quadrado alheio.
De pano de fundo temos o lema da Gestalt terapia: Eu não nasci pra corresponder as suas expectativas nem você as minhas. Cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado.
Acredito que a adesão popular a dança do quadrado é um grito de libertação.
Só preciso tomar cuidado por que me relacionar com o outro é poder ir e vir, pular de quadrado em quadrado. É entrar e sair dessa fronteira “quadrilátera” mantendo minha consciência de qual é o meu espaço.

É bom chamar quem a gente ama pra pular no nosso quadrado, reunir a “macacada” pra pular no meu galho, mas tendo em vista que quando for necessário cada um pula de volta pro seu galho e vai cada qual pro seu quadrado.
Beijos e boa semana!

Obs: a galera da gestalt vai achar graça de tamanha retroflexão.

domingo, 21 de setembro de 2008

Mutley faça alguma coisa!



Deus do Céu! Por que temos mau humor?
As vezes eu acordo querendo encostar um no paredão....
Será que existe uma explicação química ou orgânica para isso?
Olha que não é TPM. É mau humor puro, legítimo, dos fortes.
Vou tomar café da manhã na padaria, tá com cheiro de frango assado e eu quase dou um karatê na pessoa que me atende. Francamente! Esse cheiro, logo de manhã! Quem foi o imbecil que botou isso pra girar tão cedo assim? Que espécie de pessoa come frango assado numa manhã de sábado? O queijo quente cheirava a frango, o suco cheirava a frango, e eu detesto frango!
Nossa, que mau humor. Quase mordi o caixa!
Tô igual ao Mutley, aquele cachorro do Dick Vigarista: medalha, medalha, medalha!
Sei que o dia está lindo e continuo rosnando. A vida me abençoou com amigos bacanas, uma família doida, mas cheia de vida, tenho uma casa que é minha e continuo rosnando. Vou dar um rolé até o Arpoador, e mal me agüento. Só penso que até a tarde esse mau humor há de passar.
Que inferno!
Ainda bem que como vem, vai. Sem dar explicarão, sem dizer à que veio.
Coisa de louco! Mas já reparei que vem sempre quando acumulo noites insones. Quando a cabeça tá a mil. Quando estou estudando coisas que me fascinam entro em estado de paixão. Leio, escrevo, dialogo comigo, com a galera do MSN, e varo madrugadas. Não, não sou bipolar, sou animada com o mundo das idéias mesmo. Ando assim agora com o Eneagrama, uma velha “filosofia” que caracteriza nós seres humanos, dentro de 9 tipos de personalidades.
Enquanto não desvendar a psicodinâmica dos 9 tipos do Eneagrama, não sossegarei.

Acabo de me dar conta que meu mau humor é primo do cansaço, irmão da fadiga e que talvez eu só precise mesmo de um bom livro pipoca pra me fazer sorrir novamente.

Alguém tem alguma dica?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Novo, O velho e o Criativo

Andamos pra frente olhando pra traz. Se traçarmos uma reta do passado para o futuro veremos que andamos em direção ao futuro mas estamos de costas para ele. Tipo Michael Jackson dançando break.
Nosso olhar está voltado para o caminho que percorremos e não para o que iremos percorrer. Quando estamos vivendo uma situação nova, onde buscamos suporte? Nas situações que já vivemos.
Muitas vezes esquecemos de atualizar os arquivos e reproduzimos comportamentos que funcionaram no passado, mas que estão ultrapassados para serem usados no aqui e agora.
Nossas defesas são criadas mais ou menos assim: Em algum momento precisamos nos fechar para não sucumbir a uma dor, e aí descobrimos que sobrevivemos. Bem até!
Daí em diante nosso cérebro arquiva: “se me fechar, não faço contato com a dor”, e transforma esse mecanismo em solução universal.
Esquecemos que junto com a dor ficam de fora outros sentimentos também. É impossível isolar um só.
A dor é sempre proporcional ao amor. Se amo muito, quando perco, dói muito. Se não amo ninguém, não sentirei dor quando partirem. Mas não conhecerei o amor, o prazer, a troca.

Quando olhamos para o futuro vemos uma tela em branco. Isso muitas vezes dá medo, gera angústia, ansiedade, pânico.
Eu gosto de brincar com a possibilidade de me reinventar, poder ser quem eu quero, sem tantas manias e neuroses. É difícil desapegar de velhos hábitos.
Não tenho compromisso nenhum de ser a mesma o tempo todo. Me permito criar a mim mesma. É bom demais se surpreendida por um novo sentimento e não ter medo de compartilhá-lo. Antes tinha vergonha de dançar, hoje danço mesma que sozinha, antes não ia com a cara de fulalo, hoje somos grandes amigos, ontem eu odiava novela, bom, continuo odiando.. quem sabe um dia, assisto uma de cabo a rabo, feliz da vida!
Afinal, pra onde vai nossa capacidade criativa quando nos tornamos adultos sérios e comprometidos com a caretice do mundo?
Temos que trabalhar se quisermos sobreviver, mas quem foi que disse que trabalho é sinônimo de frustração, sacrifício, blá, blá, blá...

Fica aqui a sugestão: quando se olhar no espelho pela manhã, descubra um novo ângulo seu, uma expressão nova, uma careta, um personagem. Vamos pintar uma tela que possa ser reinventada sempre que tivermos vontade!

domingo, 14 de setembro de 2008

Espelho em Sessão

Ela chega com rosto de porcelana e olhar mirando o teto. Senta-se, e despeja:
Vejo minha vida passar como uma estrada que corta uma cidadezinha do interior.
Eu sou a moça com olhar triste na janela. Presa, corpo atado, olhar longe.
Na imaginação: princesa, pirata, aventureira.
Nesta casa, a janela é o lugar mais longe que eu já visitei.
Agora a inércia tomou conta de mim.

-Se não estivesse inerte o que faria, pergunto eu?
Fugia! Cristalizei, para não fugir!
Se o sangue voltar a correr nas minhas veias, disparo, atropelo a vida, dou a volta ao mundo. Vou ser pirata, revolucionária, poetisa.
Estou presa num mundo careta. Não acredito em governos e continuo pagando impostos, não acredito em monogamia mas continuo casada, e ainda estou presa nesse corpo que vive dando zebra!

-Como é viver assim, se sentindo presa?
Minha imaginação me salva, me leva para um mundo de gente sábia, livre, que sabe amar. Nesse mundo não existe governo, cada um tem autoridade sobre sua própria vida, a responsabilidade de ser feliz com a sabedoria de não invadir o espaço alheio.
A posse e o apego não são cultivados para que o bem comum possa florescer. Eu não viso o meu sucesso, o meu dinheiro, o meu destino. Eu quero mais estar cercada de gente feliz, saudável, bem resolvida e quando for olhar para o meu umbigo lembro que não sou uma ilha e que não quero nunca mais viver cercada por grades e insufilmes. Não quero mais viver com medo, com a certeza de que por mais alto que a gente grite nunca seremos escutados.
Que porra de jeito é esse que a gente tá vivendo! Governados por um bando de boçais, que assaltam os cofres públicos e engordam as nossas custas.

Seus olhos agora estão vivos, seu rosto ganhou cor. Eu olho para ela e não consigo expressar o quanto estou afetada por seus pensamentos. De repente me vi sorrindo ao escutar tais palavras. Me percebi cúmplice mais do que qualquer coisa. Sou eu falando enfrente a mim. Pude ver o que há de melhor em mim refletida nessa mulher. Sou eu sem o cinismo que adquiri ao longo da vida.
Olhei para ela e a achei linda, interessante, inteligente. Quis comungar com ela sua visão de mundo: desapegada, apaixonada, humanitária, livre. Lhe perguntei se poderia postar essa sessão?
-Sim claro, deixe o mundo ver o que eu sinto. Quem sabe assim, eu saia da janela!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Encaixe Afetivo

O amor. Ah, o amor!
Interessante como a gente tá acostumado a pensar no amor como algo mágico, como se tivesse alguém destinado pra nós em algum lugar do planeta. Só precisaria de um empurrãozinho do destino pra cruzar com o sujeito e imediatamente nos dois saberíamos que fomos feitos um para o outro.
Balela. Não acredito nisso! Não acho que somos metade em busca da outra fatia da laranja. Gosto de me sentir inteira o suficiente pra dividir e não uma metade ambulante a procura de alguém pra me preencher! Acho que o amor é algo construído, e o tal cara que cruzamos ali na esquina, dependendo da fase que eu esteja pode ser uma tremenda roubada. Se Você tá numa fase carente meio tristonha tenha certeza que a escolha vai ser um equívoco. Não é falta de romantismo não, eu vou explicar.
Acho que temos uma espécie de encaixe. Se já estamos num momento bom de auto-conhecimento e sabemos exatamente o que estamos procurando, quais são os defeitos toleráveis e os intoleráveis, aí tá bacana pra encontrar alguém que vai alimentar o que há de melhor em mim. Mas, se ao contrário, não sei nem direito quem eu sou, do que gosto, o que priorizo. Vou cruzar com um cara que tem pinta de bacana mas, que pode ser uma verdadeira roubada e me atracar com o sujeito como se ele fosse a última coca cola do deserto. Paixonite doença. Insegurança, baixa estima, enfim, despertar o que de pior existe em mim! Ressaca emocional!
Quem nunca viveu uma “paixão” assim que atire a primeira pedra!
Acho mesmo que quanto mais a gente se investigou maior a chance de fazer escolhas afetivas assertivas. Conhecemos melhor nossos encaixes. Os certos e os errados!
Pra "ter a sorte de um amor tranquilo” nada como aguçar o olhar, primeiro interno e depois correr pro abraço.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O Intenso Mundo de Fal

Acabei de ler a última linha do livro da Fal. Caí em prantos e me despedi dele como se me despedisse de uma grande amiga que tá indo embora.
Conheci a Fal, na coluna da Cora Ronai. Entrei no blog dela e me apaixonei perdidamente.
A maneira como ela descreve as coisas, a vida, as dores e amores, é visceral. É humano demais. É simples e Bonito demais.
Comprei o livro, que acabou de sair e devorei neste fim de semana, guardando as páginas pra não acabar logo. Quando me apaixono por um livro, mergulho de cara depois começo a economizar capítulos. Fico avarenta, não quero que acabe!
Me mudei pro mundo da Fal nesses dois dias e posso dizer que foi uma experiência extremamente intensa. Depois do café da manhã sentei pra ler o livro e desatei num choro profundo, desses que o soluço vem da barriga. Aí o telefone tocou e era hora de pegar minha filha numa festa. Lá fui eu com aquela cara de quem tinha chorado muito. Nego achou que eu tava péssima, mas nem ligo. Ainda estava no mundo da Fal, onde as cores, sons e até cheiros ganham uma vida, que podia ser sua, minha ou a da vizinha. A narrativa é deliciosa, e ainda tem o delírio de poder trocar com a autora em tempo real. Ela é totalmente Humanopossivel.
Quem quiser colocar um pouco de Fal em sua vida vá ao http://www.ddfal.notlong.com/ ou compre o livro: “Minúsculos Assassinatos e alguns Copos de leite.
Aproveitem o mergulho!
Boa semana.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ciúme e Possessividade

Ciúme e posse são a mesma coisa?
Sem dúvida, são irmãos. Mas, nascem de psicodinâmicas diferentes.
Ciúme é touro, posse é escorpião.
Ciúme é: “eu vi primeiro e ninguém tasca!”
Posse é domínio.
No ciúme, eu sou dono do corpo do outro e me mordo, enlouqueço, se alguém quer pegar só um pedacinho.
Na posse eu sou dono da vida do outro e fico louco se algo foge ao meu controle.
Ambos são territoriais. O ciumento sofre pelo passado, presente e futuro do parceiro. Por quem ele já beijou e por quem ele imagina que o outro beijaria.
O possessivo precisa sentir que domina seu território, sabe os horários e costumes do parceiro. Que horas chega, sai, dorme e come.
O ciumento acha que todo mundo tá olhando pro amor dele. É vítima da sua própria imaginação.
O possessivo só começa a ficar nervoso se algo foge do seu script. 15 Minutos de atraso é o tempo limite para o possessivo segurar a onda. Se o cara sempre chega da pelada as 10, Cacete! São10:30 e ele ainda não aparceu? É o início de um furacão e o outro vai sofrer as conseqüências.
Ela anda de um lado pro outro, parece tigre enjaulado. Olha o celular a cada 10 segundos e começa a torcer em segredo pra alguma coisa ter acontecido que justifique esse FDP, não ter aparecido até agora!
O ciumento pega pelo braço, chora, faz escândalo. Perde a linha, se humilha.
O Possessivo é frio, vingativo, estrategista. A dor que ele sentiu por se perceber fora do controle será repassada para o parceiro com juros e correção monetária.
Não acredito que ciúme seja amor. Quem ama cuida, não quer pra si. Porém, não recrimino. Num certo grau acho até gostoso. Acredito que se eu sou capaz de amar alguém assim, outra pessoa também será, e isso mantém minha relação aquecida.
Se o ciumento encontra pela frente algum inseguro que se alimenta de seu ciúme, tá feita a desgraça! Aí se estabelece a tal relação sado-masoquista, onde um se alimenta da dor do outro. Nesse caso deixa de ser relação, vira doença.
Ciúme e possessividade, ministrados com grau de liberdade, pode ser bacana, mas se for mal medido, sufoca o amor. Uma pegada mais forte no braço, pra dar uma situada na moça que tá muito soltinha na pista de dança, pode ser engraçado, mas se o cara ficar nessa paranóia a noite toda estraga a festa, né? E se isso se repete em toda a festa, o que azeda é a relação.
É a tal da pimenta, na medida é uma delícia, colocar demais, estraga o prato!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Alma Hippie

Nasci com alma Hippie. Passei pela adolescência lisérgica das pernas aloradas, saião florido, biquíni de tricot, e da galera cabeluda que discutia política na praia do Pepino. O Pepino era o Posto 9 da década de 80. Naquela época, o mundo se dividia entre capitalismo e comunismo, e pra esquerda militante o sonho de uma sociedade mais justa seria alcançada através de uma luta de classes onde a “elite dominante” (terno super usado na época) daria lugar aos intelectuais junto ao povo. Mal sabiam os intelectuais que o povo mesmo não tava nem aí pra eles nem pra tal “elite dominante”. Nada muito diferente do que rola hoje em dia. A triste constatação é que Fernando Gabeira, nosso intelectual vanguardista que usava tanga de tricô nem aparece nas pesquisas. O povão mesmo tá votando no candidato do Bispo. O bispo fala e as ovelhas dizem amem!
Essa cidade tem uma verdadeira obsessão por maus governantes. Isso já virou mania! O Rio tá que nem mulher de malandro, apanha, apanha, apanha e continua apanhando. Que loucura!
Eu, por outro lado continuo com minha alma Hippie acreditando que um dia a gente acerta! Quem tem alma hippie acredita no amor, e no que o ser humano tem de melhor.

Falando em alma Hippie, acabou de rolar um evento chamado Yoga Pela Paz que reuniu um punhado de pessoas no Rio e em São Paulo.
Krishna Das, o Pavarotti dos Mantras veio ao Rio, cantar pela Paz. O cara foi pra Índia aos 20 anos, conviver com monges no alto do Himalaia para aprender a meditar. Como ele mesmo diz, pensava em deixar o ocidente para sempre e se tornar um indiano. Lá seu guru mandou que ele meditasse como Jesus, o que deu um nó na cabeça do sujeito pois ele não tinha viajado milhas e milhas pra ouvir falar em Jesus! Porém, não há ninguém que tenha personificado mais o espírito Paz e Amor do que Jesus. Totalmente alma Hippie!
Enquanto cantávamos pela paz, olhei ao meu redor e não pude deixar de sorrir. Aquilo alí era uma convenção de pessoas que acreditam no amor como fonte principal de energia. Ao meu lado deeksha givers combinavam a próxima ida a Índia, entusiasmadas por servirem de canal dessa energia de amor e cura. Do outro, mestres de Reike, Acupuntura, Yoga e pessoas que como eu, transitam nesses universos e bebem dessas fontes.
Compaixão é fortaleza. Quem tem amor no coração não será abatido facilmente.
Aconselho a quem quiser beber um pouco dessa fonte que ouça um cd do Krishna Das, vá fazer uma aula de yoga, ou sei lá, distribua gentilezas. Afinal como dizia o profeta, gentileza gera gentileza.